O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luís Roberto Barroso, elogiou a escolha do ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) para uma cadeira na Corte e a indicação de Paulo Gonet para a chefia da Procuradoria-Geral da República.
Barroso teceu elogios ao falar com jornalistas em Belo Horizonte, onde participa de um evento da Ordem dos Advogados do Brasil.
Segundo Barroso, Lula o telefonou nesta manhã para informá-lo das indicações e, apesar de defender mais mulheres no Judiciário, o ministro relembrou que a escolha é uma prerrogativa do petista.
Sobre Dino, o presidente do Supremo disse que ele será “muito bem-vindo no Supremo”. “O ministro Flávio Dino foi um juiz federal de alta qualidade, já foi secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça, foi um governador bem avaliado“, disse.
Em relação a Gonet como PGR, Barroso classificou o subprocurador como um “profissional de alta qualidade”. “Se essa for a escolha do presidente, será uma escolha muito feliz”, afirmou.
O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), também elogiou a indicação de Gonet e Dino. O ministro, que apoiava ambos os candidatos, afirmou serem “dois grandes juristas e competentes homens públicos”.
“Flávio Dino e Paulo Gonet são escolhas sérias e republicanas e, uma vez aprovados pelo Senado Federal, contribuirão para o fortalecimento de nosso Estado Democrático de Direito”, disse Moraes.
Dino e Gonet foram indicados hoje (27) pelo presidente Lula para o STF e a PGR, respectivamente. Os dois eram favoritos para os postos e foram ao Planalto se encontrar com o petista nesta manhã.
“O presidente Lula me honra imensamente com a indicação para Ministro do STF. Agradeço mais essa prova de reconhecimento profissional e confiança na minha dedicação à nossa Nação. Doravante irei dialogar em busca do honroso apoio dos colegas senadores e senadoras. Sou grato pelas orações e pelas manifestações de carinho e solidariedade”, escreveu Dino no X, antigo Twitter.
O ministro Edson Fachin também elogiou a escolha de Dino para o Supremo: “Trata-se de uma pessoa que carrega consigo a experiência da magistratura, a experiência como profissional do direito, como homem público”, afirmou.
Há dois meses com os dois cargos vagos, Lula fez o anúncio na última hora antes de viajar para a COP28, no Oriente Médio, nesta tarde.
Dino assumirá a cadeira da ex-ministra Rosa Weber, aposentada em setembro — o presidente demorou 58 dias para anunciar sua indicação ao Supremo — a escolha se tornou a mais demorada para o tribunal em seus três mandatos.
Já Gonet ocupará o lugar de Augusto Aras, ex-PGR indicado por Jair Bolsonaro (PL), que não foi reconduzido ao cargo. O comando da Procuradoria estava com a interina, Elizeta Ramos, desde o fim do mandato de Aras.
A indicação de Dino ao STF é a segunda feita pelo presidente neste mandato. Em junho, ele indicou Cristiano Zanin, seu advogado na Operação Lava Jato, para a vaga aberta com a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski.