O Ministério da Saúde emitiu neste domingo (2/2) um alerta sobre o crescimento dos casos de febre amarela no Brasil, especialmente no período sazonal da doença, que se estende de dezembro a maio. Os estados de São Paulo, Minas Gerais, Roraima e Tocantins são os mais afetados, com destaque para São Paulo, onde há maior concentração de casos. Em resposta, a pasta encaminhou uma nota técnica às Secretarias de Saúde, orientando a intensificação das ações de vigilância epidemiológica e de imunização.

Para conter o avanço da febre amarela, o Ministério ampliou o envio de vacinas ao estado de São Paulo, que receberá um total de dois milhões de doses até o início de fevereiro. Destas, 800 mil são doses extras destinadas ao reforço da imunização. Em janeiro, um milhão de doses já haviam sido entregues ao estado. A decisão foi tomada durante reunião do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública para Dengue e outras Arboviroses (COE Dengue), ocorrida em 29 de janeiro, com a presença de representantes da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo.

Além do aumento no envio de vacinas, o Ministério da Saúde tem colaborado com as investigações sobre casos suspeitos e confirmados de febre amarela em Ribeirão Preto. Para aprofundar as estratégias de combate à doença, técnicos do Ministério participarão de uma reunião em Campinas na próxima semana, reunindo profissionais da região para discutir medidas preventivas.

Em relação às vacinas, o Brasil segue com estoque regular, atendendo às demandas dos estados conforme solicitação dos gestores estaduais, responsáveis pela distribuição das doses aos municípios. Durante 2024, o Ministério distribuiu um total de 20.882.790 doses do imunizante. No início de 2025, o volume já chegou a 3.201.800 doses enviadas para diferentes estados.

O Ministério da Saúde reforça que pessoas que pretendem viajar para regiões com circulação do vírus devem conferir a carteira de vacinação. Quem ainda não recebeu a dose ou foi imunizado com a versão fracionada em 2018 deve buscar uma Unidade de Saúde pelo menos dez dias antes da viagem para garantir a proteção.

As recomendações também incluem:

Populações que residem em áreas com evidência de transmissão do vírus ou em zona rural;

Ribeirinhos e comunidades próximas a parques e unidades de conservação;

Trabalhadores do meio rural, agropecuário, extrativistas e do setor ambiental;

Indivíduos com exposição esporádica em áreas de risco;

Viajantes com destino a regiões afetadas, incluindo trabalhadores e turistas.

A vacina contra a febre amarela é a principal forma de prevenção. O imunizante faz parte do Programa Nacional de Imunização (PNI) e deve ser administrado da seguinte forma:

Crianças de 9 meses a 5 anos devem receber uma dose inicial e um reforço aos 4 anos;

Pessoas entre 5 e 59 anos que ainda não se vacinaram devem tomar uma dose única;

Indivíduos que receberam a dose fracionada em 2018 e precisam viajar para áreas de risco devem receber um reforço na dose padrão;

Crianças entre 6 e 8 meses que residem ou viajam para áreas com circulação confirmada do vírus devem receber a dose zero;

Idosos com mais de 60 anos precisam de avaliação médica individual antes da vacinação, considerando riscos e benefícios.

Além da imunização, a adoção de medidas preventivas é essencial. Recomenda-se o uso de roupas compridas, calçados fechados e aplicação de repelentes nas áreas expostas do corpo. Como os vetores da febre amarela possuem hábitos diurnos, essas medidas devem ser mantidas ao longo do dia inteiro.

Caso apresente sintomas como febre, dor de cabeça, dores no corpo, náuseas ou vômito, a orientação é buscar atendimento médico imediatamente e informar sobre a possibilidade de exposição ao vírus em áreas de risco.

Foto: Rovena Rosa/Agência Bra

 


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