Por Geraldo Elísio (Repórter)
Se o mundo diminuto em suas dimensões é ínfimo, somente ganha o estado de vasto e infinito na cabeça dos poetas.
Entretanto, diante daqueles que não estão nem aí para a poesia, para o amor e o afeto, para o sorriso puro como o de uma flor que se abre a todas as manhãs em algum lugar do mundo, a terra a girar no espaço infinito ainda perde mais dimensões.
E me ponho a imaginar para onde tal classe de gente levará tanto dinheiro e tanta ambição. Juro nunca ter visto transportadoras de valores financeiros a acompanhar enterros. E mais, se acontecer isso, eu aposto e tenho a certeza de que ganharei que quem estiver a acompanhar o caixão imaginará que quem estiver a vestir o paletó de madeira dará mil mundos para trocar de lugar.
Mas assim mesmo alguns tipos desajustados – impossíveis que sejam normais – se propõem ao triste dever de desempregar os Quatro Cavaleiros do Apocalipse. Mundo, mundo, e nem me chamo Raimundo. Não vamos falar de arsenais. Falemos apenas da primeira bomba que pode ganhar o espaço em busca da destruição de alguém. Será a bomba alfa-ômega.
Ou seja, o princípio e o fim, porque atrás dela virá todo o vasto arsenal da destruição. Claro que é muito chato pensar nisto, porém pode valer a pena assim mesmo pensar nisto. Não que me julgue apto a quer que todos pensem como eu. Mas sendo jornalista não posso negar fatos acontecidos.
“Agora eu me tornei a Morte, a destruidora de mundos.” A citação, extraída do texto sagrado hindu Bhagavad-Gita, definiu Robert Oppenheimer, mas seu significado é mais complexo do que a maioria imagina. Ao testemunhar a primeira detonação de uma arma nuclear em 16 de julho de 1945, um trecho da escritura hindu passou pela mente de Robert Oppenheimer: “Agora me tornei a Morte, a destruidora de mundos”. É, talvez, a linha mais conhecida do Bhagavad-Gita, mas também a mais incompreendida.
Oppenheimer morreu aos 62 anos em Princeton, Nova Jersey, em 18 de fevereiro de 1967. Como chefe do Laboratório de Los Alamos durante a guerra, local de nascimento do Projeto Manhattan, ele é corretamente visto como o “pai” da bomba atômica. “Sabíamos que o mundo não seria o mesmo”, ele lembrou mais tarde.
“Algumas pessoas riram, algumas pessoas choraram, a maioria ficou em silêncio.” Oppenheimer, observando a bola de fogo teste nuclear Trinity , voltou-se para o hinduísmo. Embora nunca tenha se tornado hindu no sentido devocional, Oppenheimer considerou uma filosofia útil para estruturar sua vida em torno.
“Ele ficou obviamente muito atraído por essa filosofia”, diz o Rev. o Dr. Stephen Thompson, que possui um PhD em gramática do sânscrito. O interesse de Oppenheimer pelo hinduísmo era mais do que uma frase de efeito, era uma forma de dar sentido às suas ações.
O Bhagavad-Gita é uma escritura hindu de 700 versos, escrita em sânscrito, que se concentra em um diálogo entre um grande príncipe guerreiro chamado Arjuna e seu cocheiro, o Senhor Krishna, uma encarnação de Vishnu. Enfrentando um exército inimigo contendo seus amigos e parentes, Arjuna está dividido.
Mas Krishna o ensina sobre uma filosofia superior que o capacitará a cumprir seus deveres como guerreiro, independentemente de suas preocupações pessoais. Isso é conhecido como dharma, ou dever sagrado. É uma das quatro lições principais do Bhagavad-Gita: desejo ou luxúria; riqueza; o desejo de retidão, ou dharma; e o estado final de liberação total, ou moksha.
Resumo final. Indago-me ao me lembrar da cantora Maria Bethânia ao interpretar “Desatino”: “… É lucidez e desatino / de ver no próprio destino / sem poder mudar- a sorte…”. Que alguém tente mudar a situação.