Por Geraldo Elísio (Repórter e crítico de artes)

Eu nem me recuperei da perda de Gal e a agilidade da Internet me aplica outro golpe anunciando que Rolando Boldrin também se encantou e daqui para a frente iluminará o Céu preferencialmente ao anoitecer e depois do giro das estrelas e lua, quando amanhecer, pois nas músicas de raízes o tempo dispara mais cedo.

E o mundo real e artístico brasileiro como se em pizzicato vai se empobrecendo rápido. Não é possível imaginar que a imensidão não disponha de lugares, mas quando a saudade aperta muito até nisto se dá pra pensar. “Deus, oh Deus, onde estás que não respondes?”

Claro, eu sei… A humanidade (?) tem falhado muito em coisas bastantes superficiais. Quem dizer, grupelhos minúsculos que entendem assim deveria ser. Mesmo que isto traga prejuízos irreparáveis às minorias. Ao escrever ouvi um trovão distante e fiquei dividido em meio à dúvida.

Foi mesmo um trovão ou o vaqueiro Manuelzão – sim aquele mesmo do Grande Sertão Veredas – aprontando o instrumento para receber Boldrin. A festa no Céu será de arromba e o que não faltará serão almas de artistas do povo brasileiro feitos pela História cidadãos do mundo.

O Criador deve estar nos avisando que a Paz também para ele é importante. E usa as suas formas peculiares de transmitir recados, mesmo sabendo Ele próprio de outro jeito terá – não é tratamento impositivo – de providenciar conforto. De certo não faltará viola. Ainda que simples enfeitada com fitas coloridas. Emprestadas pelo arco-íris.

As pautas serão revertidas das mais puras harmonias e as bátegas de chuvas irão reverberar notas de paz até que todos entendamos não ser necessário abreviar os cantos fúnebres que sem avisar chegarão um dia para todos. Vide vida marvada nós possamos trocar tudo pelos cânticos de amor e de alegria.

Alguém deve ter alertado lá em cima para supostos maestros distante do talento de um Mozart desafinadamente ensaiando réquiens. Gal e Boldrin quase viajaram em uma mesma nuvem e a paz prometida murmura muito obrigada. Com o vento percorrendo as atitudes, o coral das ondas dos mares reverberando a gratidão.