Por Geraldo Elísio (Repórter)

Impressiona-me a desfaçatez dos mentirosos, principalmente em tempos de guerra onde a primeira vítima é a verdade. Com o advento da Internet tal aberração torna-se mais gritante e tenho acompanhado tal situação de perto em relação à guerra da Rússia contra a Ucrânia.

Especificamente, chegando aos oitenta anos graças a Deus bem vividos, se eu posso ver, com horror, dirigentes de países a se envolver nesta estupidez, mais ainda me incomoda presenciar partes consideráveis da mídia se transformar em exércitos auxiliares em razões de funções específicas. Creio mesmo tal especificidade fundamentada unicamente no fator cifrão.

Criado que foi o atestado de óbito por antecipação, como se não fosse possível, até mesmo segundo após o lançamento de uma versão haver o confronto com outras informações, desmoralizando as Fack News.

Não há dúvida de que a Rússia e a Ucrânia se enfrentam em um confronto dos mais brutais e sangrentos, porém tão brutal e mais sangrento ainda são as “ações guerreiras” das páginas dos jornais, principalmente os brasileiros. O Globo e as opções que podemos privilegiadamente, assentados em nossas poltronas preferidas, ver nas telas das televisões, computadores ou celulares.

Fico a me indagar, por exemplo, se um homem da idade e do porte de um Joe Biden acredita mesmo, e pior, admite que a humanidade como um todo ou parte considerável disto engole tais patranhas. Não posso crer que por mais erros estruturais que existam nas escolas de Comunicação tais métodos possam ser ministrados. Conheço pessoas da área que por dinheiro algum do mundo a isto se submetem.

E nem posso admitir que tais meios de comunicação de massa estejam a participar de uma Guerra de Brinquedos, afinal um filme bastante sério e que nos conduz a pensar mais sério ainda sobre a situação em que vive esta pobre civilização por nós e tantos milhões mais construída.

Claro, sei das dificuldades por todos enfrentadas para exercer o direito de sobreviver, de se educar, se preparar condignamente para tal exercício e dar soluções satisfatórias a todo o complexo no existente em torno do existir, no caso específico sendo comunicador de massas. Porém indago se a mentira – sempre um despropósito – foi incorporada ao currículo?

Certo é que – não adjetivarei – vivemos novas teorias do – absurdo – da chamada arte da guerra, mas com a plena convicção de que nem todos são possuidores do mesmo talento de Sun te Zum. Porém – não digo os donos da guerra – mas os jogadores em postos superiores para o exercício de tais atividades nefastas, concordam com isto? Não posso crer e se acreditar o contrário devo concluir que pelo menos o jornalismo já entrou em estado comatoso irreversível há muito tempo.

O que convenhamos é muito triste para mim que dediquei a minha vida inteira ao exercício de informar com fidelidade canina a verdade, custe o que custar, pois a verdade da notícia não pertence a mim, porém a História que a disponibiliza para o público. Mesmo que me entendam como uma anta, deste caminho não me afasto.

A todas as pessoas citadas nesta matéria automaticamente é garantido o direito da resposta no espaço tamanho e corpo.