Por Eulália Alvarenga
Neste dia Internacional da mulher homenageamos mulheres que fizerem a luta por igualdade de direitos.
A luta por igualdade, começou no final do século XIX. Organizações femininas oriundas de movimentos operários protestavam em vários países da Europa e nos Estados Unidos por melhores condições de trabalho.
Apesar do dia 08 e março ser celebrado em alguns países desde o início do século passado, somente em 1975, a ONU declarou o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher com o objetivo de homenagear as lutas feministas por igualdade, justiça e respeito.
Porém, muito pouco tem sido feito para que a igualdade entre gêneros seja efetivada, principalmente no terceiro mundo.
Temos várias questões a ser debatidas: participação política, condições de trabalho, feminicídio, sexismo, dentre outros temas de suma relevância.
Em relação ao trabalho da mulher no Brasil, apesar do aumento da participação feminina nas 3 últimas décadas, continuamos trabalhando em condições mais desfavoráveis, em ocupação menos valorizada, com remuneração menor que os homens nas mesmas funções. A desigualdade entre gêneros no mercado de trabalho brasileiro é bem acentuada. Sem falar na tripla jornada.
A precarização do trabalho atinge especialmente as mulheres nos períodos de crise.
A representação política das mulheres no Brasil precisa acontecer. O debate tem que se abrir ao público em geral antes das eleições deste ano, principalmente para remover a barreira estrutural em relação a representação feminina nas 3 esferas de governo.
Somente o Código Eleitoral de 1932 e a Constituição de 1934 possibilitaram o voto das mulheres, desde que trabalhassem fora de casa. Logo veio a ditadura do Estado Novo (1937-1945) e pôs fim a todos direitos políticos dos cidadãos brasileiros. Em1946 o Brasil viveu a primeira
experiência democrática de sua história, mas o número dos que podiam votar era 13,4% da população, atingindo 18% em 1960.
O Voto foi ampliado somente em 1986 com a Nova república. Tivemos eleições para prefeito em 1985 e com a Constituição de 1988 temos o pleno direito ao voto.
Mesmo assim, a representação política das mulheres é muito baixa. A realidade não mudou a partir de 1995 com a obrigatoriedade de inclusão de mulheres nas listas de candidatos de partidos e coligações.
Em 2019, segundo o ranking anual de mulheres nos parlamentos nacionais da Inter-Parliamentary Union (IPU), o Brasil ocupou a 133ª posição entre os 192 países analisados. A participação feminina na no país em todas as Câmaras representa 14,1% da população enquanto que nas Américas essa representação é de 31,8%, na Europa 30%, África Setentrional e Oriente Médio 16,6% e mesmo na África subsaariana é de 24,7%. O que se fixou com essa Lei foram cotas reservadas a candidatas, não cadeiras legislativas. O que se viu foi um baixo investimento partidário na construção para efetivar a eleição de mulheres. Ou, mesmo listas com candidatas laranjas.
Que nesse 08 de março de 2022, possamos pensar em mudar essa realidade da participação efetiva da mulher na representação política brasileira.