Prefeito de Belo Horizonte, Jorge Carone Filho precisou realizar obras na antiga Avenida Mauá, na época dividida em de Cima e de Baixo, o segundo trecho uma concentração de cortiços e bordéis, zona boêmia de péssimo nível.

Com a retirada dos trilhos que cortavam a avenida e o desmonte dos barracos existentes no local, as águas das chuvas arrastaram a terra para as portas das pensões, inviabilizando a chegada dos clientes. Em comissão, as prostitutas foram procurar o prefeito e reclamar que estavam passando fome, devido à ausência de clientela.

Carone, sensível ao drama social, mandou o secretário municipal da Fazenda perguntar às damas da noite quanto era o faturamento de cada uma, instruindo-o a pagar as “indenizações”. Na hora do acerto, uma mulher baixinha, feia, destituída de qualquer atrativo capaz de despertar a paixão de um homem se acercou do prefeito e disse:

– Doutor Carone, pra mim o senhor manda pagar só a metade do que as outras vão receber.
Condoído, ele deu ordens ao secretário de Fazenda para não discriminar ninguém.