Por Geraldo Elísio (Repórter)

Razão óbvia leva a maioria das pessoas – quase em absoluto – a sequer imaginar ligações do EE. UU com o nazismo. “Partidos nazistas e outras organizações pró-nazistas foram formados nos Estados Unidos durante o final do período entre guerras”. Antes mesmo tal situação existia, eles fazendo propaganda, invadindo jornais, espalhando materiais simpáticos e se infiltrando em outras organizações não políticas.

O apoio de parte da sociedade americana vem desde o surgimento do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães em 1920 e durou pelo menos até as primeiras décadas do século XXI, com influência forte desde então. O racismo tem origem também neste aspecto.

A legislação aprovada em 1921 e 1924 foi interpretada em parte como antissemita. Houve trocas culturais mútuas entre as duas sociedades. Elogios mútuos entre o Gestapo e o FBI. Segundo Jeane J. Kirkpatrick, embaixador do governo dos EUA na ONU nos anos 80. “Seria possível reformar apenas regimes autoritários de direita totalitários mediante um comércio com os Estados Unidos, ao contrário do autoritarismo de esquerda que seria na visão dele irreformável”.

A Associated Press inspirou Goebbels a fazer sua propaganda na Alemanha, incrível, ele recebeu material orientador. No mundo ocidental o jornal foi o único no ocidente a operar até o ataque a Pearl Harbor. Hitler admitiu que os campos de concentração foram inspirados nas reservas indígenas norte-americanas.

A Guerra humanitária foi copiada dos nazistas durante a segunda guerra mundial e o nazismo se tornou parâmetro para que lideranças norte-americanas criticassem o uso de armas químicas das quais hoje eles são mestres, tendo o Tio Sam planejado depois usá-las contra nazistas e simpatizantes.

A Fundação Rockefeller financiou o programa eugenista de Mengele. Em 34, eugenistas norte-americanos organizaram uma feira científica recepcionando higienistas alemães. Pesquisas foram inspiração para a criação de leis em Nuremberg. A família Rockefeller, via Chase Bank, foi investigada “por guardar dinheiro que nazistas tomaram de judeus franceses na Suíça durante a Segunda Guerra”.

Por quê Himmler disse se Ford “um dos nossos mais valiosos e importantes, combatentes espirituosos” depois de receber financiamento dele na campanha eleitoral de Walt Disney – o mesmo cartunista – apoiou decididamente o nazismo. Vice-presidente das relações exteriores da GM, James D. Mooney recebeu condecorações similares às dele – caso da Ordem de Mérito da Águia Alemã de 1.ª Classe. Hitler reverenciava Ford, mantendo um retrato dele em seu gabinete. Movimentos religiosos novos estadunidenses dos EE. UU apoiaram a perseguição governamental alemã nazi a homossexuais.

A eugenia yankee influenciou o nazismo e cientistas nazistas ajudaram na fundação da NASA, sendo usadas pesquisas deles sobre os riscos sanitários do Fosgênio na saúde humana. O rigor da pena de morte contra crianças afro-americanas na época teve origem no movimento nazista do país.

Inspirado na hierarquia da Igreja Mórmon estadunidense desde a fundação do partido nazista. Alfred Rosenberg se inspirou em Lothrop Stoddard para falar sobre a ameaça do Untermenschen – sub-humano – além de afirmar que os Estados Unidos eram o país do futuro, sendo que já tinha visitado a Alemanha, elogiado pelos presidentes Herbert Hoover e Warren G. Harding por sua afirmação. Filósofos norte-americanos – Leo Strauss – crítico da filosofia moderna, teve pesada influência da filosofia nazista. Os norte-americanos aprenderam também técnicas de interrogatório com os nazistas. Empresários, políticos e intelectuais como Henry Louis Mencken consideravam o nazismo “uma apólice segura contra o comunismo”.

Destas rápidas observações conclui-se que a guerra entre a Ucrânia e a Rússia tem mais ligações do que se pensa com o curso histórico.

Morte por atacado e o presente

Maior promotor de homicídios desde a Segunda Guerra “norte-americanos – Walt Disney – promoveu a Operação Paperclip trazendo cientistas e engenheiros nazistas para a NASA. Trump em 2017 cortou incentivos fiscais a ongs antinazistas dos Estados Unidos e de desradicalização do movimento e usou lema fascista dos anos 20 em campanha eleitoral.

Registre-se ainda, que Prescott Bush, foi dono do Banco União a emprestar grana para a ThyssenKrupp, uma das patrocinadoras do Partido nacional-socialista antes de chegar ao poder. Não pode deixar de ser citado que, quando da guerra, os nazistas negociaram a rendição com norte-americanos sem o envolvimento dos soviéticos – 1944 na Itália, deixando muitos fugirem, inclusive o assassino de 300 mil judeus Karl Wolff.

“O senador John McCain se reuniu com o chefe do ex-Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Ucranianos e atual Svoboda em 2013 e em março de 2015 o governo ianque mandou tropas para treinar o Batalhão Azov que é famoso por usar simbologia nazista”. Em um dos últimos bombardeios russos à Ucrânia um soldado que conseguiu escapar é de nacionalidade brasileira. Toda a mídia do Brasil destacou isto. E quando da Guerra Fria, nazistas ucranianos criaram redes de fuga para os EE. UU. trocando colaborações envolvendo informes contra o Partido Comunista da Alemanha.

Washington em 2014 votou contra a proposta do Conselho de Segurança da ONU a combater “glórias” nazi. Votaram a Ucrânia, o Canadá e os Estados Unidos, este último dispondo de boas relações com o governo ucraniano a celebrar heróis colaboracionistas desde a mesma data. George Soros apoiou a ascensão de partidos neonazistas como Svoboda na participação política na Ucrânia no mesmo período e não se arrependeu. A mídia norte-americana igualmente se silenciou diante do genocídio ucrâniano.

Mas retornamos à operação Paperclip. Washington asilou multidões de cientistas nazi, primordiais na execução da NASA. A Casa Branca ainda admitiu que líderes nazistas tradicionais da Ucrânia como exilados políticos. Moscou tem razão em afirmar a existência de uma “comunidade neonazi formidável por lá.” Desde esta época, os Estados Unidos são um dos maiores asilos políticos para nazistas foragidos.

“Quando da fundação da Alemanha Ocidental, o Serviço Federal de Inteligência da Alemanha foi refundado por antigos nazistas em sua maioria e muitos exilados no pós-guerra receberam asilo da CIA para fins assumidamente de espionagem.” Registra-se mesmo o caso de um antigo nazista da área de engenharia a usar trabalho escravo na Alemanha e obte visto de cidadania nos Estados Unidos, capacitando-o a ser empresário.

Não existindo almoço de graça, o BND alemão teve auxílio da CIA quando se estabeleceu. Naquele momento tendo em seus quadros nazistas contemporâneos de Herr Adolf. E não é só, propala-se Klaus Barbie atuava a serviços de espionagem na época da Guerra Fria.

Chegou a haver um robusto lobby visando adiar o rompimento diplomático entre Estados Unidos e Alemanha Nazista. Hermann Göring foi amigo do presidente da Texaco. Tendo vendido altos petróleos para os alemães estocar antes da guerra. A Ford inclusive tendo continuado a fornecer veículos de guerra para a Alemanha Nazista, “usando inclusive mão de obra em campos de concentração durante toda a guerra.”

Baldur von Schirach, então líder da juventude hitlerista, chegou a afirmar ter sido influenciado por Ford no morticínio de 65 mil judeus ao administrar Viena como interventor militar. Líderes americanos expressaram confiança: o nazismo na época impediu o comunismo na Europa. E as tentativas de se restaurar governos fascistas em 1949 na Albânia e com sucesso na Grécia de 1944?

Líderes empresariais viam como necessidade apoiar as iniciativas contra a administração soviética. Embaixadores, entre eles o pai de John F. Kennedy tentou convencer os bretões a se renderem nazismo para que Hitler dedicasse esforço na futura ofensiva contra os russos. General Motors e a Ford forneceram os motores e peças de reposição para os veículos militares alemães antes da guerra, sendo que o próprio Henry Ford apoiou desde o seu início o nazismo.

A mídia americana, como Harper ‘s Magazine, elogiou a “revolução financeira” alemã que foi comparada ao New Deal ianque por alguns economistas. Em países em que o uso de simbologia nazista é proibida, como no caso da Alemanha, há o uso da bandeira confederada. Antigos nazistas búlgaros no exílio nos Estados Unidos fundaram uma subdivisão do Partido Republicano voltados para lobby antissoviético nos Estados Unidos e atividades de subversão nos países-membros do Pacto de Varsóvia.

A empresa Du Pont apoiou financeiramente a carreira de Adolf Hitler, apesar dos antepassados. A Ford e a GM juntas produziram 50% dos tanques de guerra alemães. A Gestapo fechava já em 38 sindicatos, prendendo e facilitando demissões em caso de greves. Segundo um membro importante da resistência antifa e ex-professor na Turíngia, Otto Jensen, a burguesia local e estrangeira estava feliz que o medo do campo de concentração amansava o proletariado germânico além do próprio chefe da ITT demonstrar gratidão pelo regime.

Detalhar jogadas econômicas e políticas a fortalecer estas teses exigiria um compêndio alentado, até que algo deu errado mudando os rumos da história. Isto envolvendo até mesmo uma colaboração exacerbada de transferência de nazis da Europa para as Américas, métodos que passando por modificações sem alterar os sentidos perduraram mesmo nos governos de Obama e Trump, o que não impediu protestos de políticos a exemplo de Bernie Sanders condenando o crescimento do nazismo em seu país.

“Basta dizer Hillary Clinton, Donald Trump e Barack Obama tiveram suas eleições fortemente aprovadas por nazistas no mundo todo e seus governos tiveram fortes influências nazi-fascistas além do fato de que especialmente o governo Obama e de Trump ter sido acusado de preparar as sementes para o fortalecimento do nazi-fascismo.”

Bem mais recente “O Tea Party” em 2014 afirmou que “deter indefinitivamente indivíduos mesmo depois deles serem comprovadamente inocentes seria algo que nem Hitler resolveu fazer no poder e por exemplo, o termo totalitarismo invertido é uma palavra que foi criada para descrever os Estados Unidos nos anos 70 em comparação com os estados fascistas derrubados na Segunda Guerra Mundial e na Revolução dos Cravos, em Portugal”.

Por outra vertente a política migratória de Donald Trump foi igualmente comparada com a do governo norte-americano quando barrou a migração de pessoas como Anne Frank, tentando fugir da Alemanha nazi. O próprio Instituto Anne Frank e a irmã viva dela acusaram Trump de práticas nazistas. No caso brasileiro um grande amigo de Jair Bolsonaro.

Ex-presidentes mexicanos como Felipe Calderón, Andrés Manuel López Obrador e Vicente Fox igualmente compararam Hitler ao Trump. Steve Bannon também muito ligado ao governo brasileiro atual, em relação aos franceses: “A história está ao nosso lado”. Mas não faltam protestos igualmente. A Coreia do Norte também comparou o American First do Trump ao nazismo e os algoritmos da Google afirmaram que a ideologia do Partido Republicano (Estados Unidos) da Califórnia era nazista. Neste caso, pelas circunstâncias, uma situação mais complicada.

Na atualidade – 11 de agosto de 2017 – ocorreu uma manifestação na cidade de Charlottesville, no Estado da Virgínia na qual “participaram centenas de homens e mulheres carregando tochas, fazendo saudações nazistas e gritando palavras de ordem contra negros, imigrantes, homossexuais e judeus”.

– No dia 12 de agosto, ocorreram confrontos entre supremacistas e grupos anti racistas. Resultou em uma morte e 20 pessoas feridas. A polícia local também evitou enfrentamentos com grupos neonazis na manifestação. Registra o item da história. “E igualmente diversos grupos neonazistas nos Estados Unidos, incluindo o Partido Nazista Americano, o Movimento Socialista Nacional e o mais visível deles: a Aliança Nacional, que participou dos eventos em Charlottesville em agosto de 2017.”

Anos 30. Norte-americanos contra o nazi-fascismo n a Espanha eram considerados pelos conterrâneos “antifascistas prematuros e geralmente associados a comunistas e esquerdistas.” Foram inclusive acusados de assassinatos nazis em tal ocasião.Em reação a Mussolini em 23, italianos radicados lá e descendentes criaram a Liga Antifascista da América do Norte.

Na década de 20, W. E. B. Du Bois criou uma associação de negros antifascistas nos Estados Unidos com braços em Gana. Foi criticado pelo nazista Alfred Rosenberg. Mesmo tendo sucesso na instauração de um governo antifascista um golpe arquitetado pela CIA derrubou aquela administração.

Em 13 de abril de 1934, 25.000 estudantes organizaram a greve de paz, bem sucedida, que estimulou a criação do Congresso Americano da Juventude (CAJ). No ano seguinte, a greve pela paz dos estudantes. “Em 12 de abril de 1935 envolveu cerca de 175.000 alunos e 150 escolas, lançando as bases para muitos dos ativistas pelos direitos civis na década de 1950 e contra a Guerra do Vietnã na década de 1960.”

E de lá para cá tudo mudou pouco, os armamentos de destruição pesados cada vez mais ativos, os Estados Unidos da América do Norte acreditando cada vez mais serem donos do mundo. Porém surgiu Vladimir Putin obrigado a uma posição de defesa com temperos de uma eleição nos EUA E mais do que isto a mudança do cenário, com a entrada em cena da China em sua nova condição de potência mundial.

Se explodir a terceira Guerra Mundial, infelizmente creio que a Quarta será de paus e pedras. A menos que forças superiores e desconhecidas intervenham em nome do equilíbrio do planeta se isto for causar distúrbios no cosmos. Porque do juízo dos homens não é possível acreditar em nada,

E muito menos em “especialistas bêbados em portas e interiores de botequins” e, menos ainda das suas culturas beirando a zero com ares profissionais arrogantes ultrapassando a casa dos mil. Mundo. Mundo, pobre mundo, se fosse uma rima nem assim haveria solução.

A todas as pessoas citadas nesta matéria automaticamente é garantido o direito da resposta no espaço tamanho e corpo.