Por Geraldo Elísio (Repórter)

Um dia qualquer de março de 64 um grupo de jovens da Tradição, Família e Propriedade – TFP – liderada por dominus Plinium – realizou um comício contras as reformas propostas pelo governo João Goulart na praça central da cidade de Sete Lagoas, em Minas Gerais.

A reação dos estudantes derivou em conflito de rua com intervenção militar. Eu que estava me preparando para assistir a uma sessão no de cinema no Cine Rivelo recebi um telefonema do então proprietário da ZYU-4 – Rádio Cultura de Sete Lagoas para me dirigir à emissora e entrevistar dois políticos importantes que haviam chegado à cidade.

Era, eles o padre Lage e o engenheiro Otávio Elísio Alves de Brito, ambos tidos como militantes comunistas. Esqueci o filme e fui para a rádio entrevista-los. Entrevistas postas no ar recebi um telefonema de um capitão do Exército Brasileiro chamado Tomé, no sentido de etiquetar e guardar aquela fita.

Respondi que somente poderia fazer isto com autorização direta do senhor Moacyr de Melo Moreira. Vinte minutos depois o senhor Moacyr telefonou para mim e pediu para que a fita fosse identificada e eu a guardasse em minha mesa de trabalho o que foi feito. Uns 15 dias depois estourou o golpe militar.

Conclui que a minha voz e o meu nome, estando na fita eu poderia ser complicado, emprestei a fita para o pessoal de o esporte gravar um jogo do campeonato de futebol amador, pois de fato eles estavam lutando com falta de material adequado. Três dias depois eu estava trabalhando na redação e fui procurado por um oficial do EB.

Contei que a fita não sedo procurada em tempo hábil, fora utilizada, tendo o mesmo ficado furioso e dito que somente não seria preso por ser um imbecil. E foi embora sem se despedir. Confesso ter me sentido muito bem como imbecil. Otávio Elísio, depois um dos fundadores do PSDB, agora falecido, sempre ao me encontrar lembrava esta estória, E nos dois ríamos muito. Que Deus o tenha em bom lugar.


Outro preito de saudade devida é ao mais genial capista dos velhos LP’s, ElifasAndreato, autor de trabalhos geniais que tornou muitas capas um verdadeiro primor. Quem foi ou é colecionador dos velhos LP’s sabe do que eu estou falando, Lembro-me dele em São Paulo, onde o conheci, e, muitas vezes junto ao Carlos Felipe, no “porão” ou então na redação do velho Estado de Minas.

Uma vez,