A Ucrânia enfrenta necessidades de financiamento de centenas de bilhões de dólares, mas uma grande parte do que já recebeu terá de ser devolvido com juros, de acordo com o The Washington Post.

As esperanças de reconstruir a Ucrânia enfrentam uma realidade cada vez mais dura, relata na quarta-feira (21) o jornal norte-americano The Washington Post (WP).

Como exemplo, uma grande parte da ajuda fornecida à Ucrânia é em forma de empréstimos com juros, e não subsídios, o que torna difíceis para o mundo ocidental as discussões de um “Plano Marshall” ao estilo pós-Segunda Guerra Mundial.

Assim, lembra o WP, os EUA forneceram bilhões de dólares a fundo perdido, mas quase 95% do dinheiro da União Europeia e de outros países que apoiam a Ucrânia terá de ser devolvido com juros.

Já é possível ver o resultado disso na dívida pública, que no final de 2022 atingiu 78,5% do PIB, quase o dobro do que era um ano antes. Ela deve voltar a disparar em 2023.

No entanto, apesar destas dificuldades, Kiev agora não tem outro recurso, sublinha Roksolana Pidlasa, presidente do comitê orçamentário da Suprema Rada, o parlamento da Ucrânia.

O Banco Mundial estimou em março que o país necessitará de US$ 411 bilhões (R$ 1,96 trilhão) ao longo de uma década para recuperar do conflito. Neste ano, a Ucrânia já recebeu US$ 42 bilhões (R$ 200 bilhões) em “financiamento para gastos básicos”.

Só saberemos o custo total quando a guerra terminar”, previu Nadezhda Bigun, vice-ministra ucraniana da Economia.


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