Presidente do Senado e do Congresso Nacional, o senador mineiro Rodrigo Pacheco (PSD) rebateu, neste sábado (21), o governador de Minas Gerais. Romeu Zema (Novo) disse, na sexta-feira (20), que deputados federais e senadores estão preocupados em votar ‘fundão’, em vez de analisar e votar reformas, como a tributária, que ele considera essenciais para a economia do país.

Para Pacheco, as críticas direcionadas do governador são “oportunistas”, “gratuitas” e influenciadas pelo período eleitoral. Zema tentará se reeleger em outubro.

O senador afirmou que o parlamento entregou à sociedade brasileira reformas essenciais e que estavam engavetadas há anos, traduzidas em benefícios essenciais a estados e municípios.

“Um país unido e conectado aos anseios da sociedade não se faz a partir de discursos oportunistas, da criminalização da política e de ataques gratuitos em período eleitoral. Ainda mais quando essas críticas recaem sobre um Congresso que entregou e continua entregando reformas que estavam engavetadas há anos beneficiando, principalmente, municípios e estados no momento de crise aguda”, escreveu Pacheco em sua conta no Twitter.

Uma das reformas em análise no Senado, a reforma tributária, proposta na PEC 110, está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Pacheco já se comprometeu publicamente a encaminhá-la ao plenário da Casa tão logo seja aprovada na CCJ.

Outra proposta que prevê a modernização do sistema tributário, a reforma do imposto de renda, está na Comissão de Assuntos Econômicos.

‘O sistema é muito mais complexo do que imaginamos, depende do Legislativo’, disse Zema.
Zema questionou a postura do Congresso ao anunciar a revisão geral do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), durante o 1º Congresso de Direito Empresarial da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

O governador afirmou que o Legislativo, “infelizmente, muitas vezes, foge de sua responsabilidade” em modernizar o aparato constitucional.

O governador apontou a necessidade de modernizar as leis a fim de garantir segurança jurídica para empreendedores.

“Não é fácil. O sistema é muito mais complexo do que imaginamos, depende do Legislativo”, pontuou Zema.

“Sempre vejo os ministros (do STF) falarem que eles, muitas vezes, em vez de julgar, legislam, porque o Legislativo deixa um vácuo, não assume a responsabilidade”, acrescentou, em referência ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, convidado como o palestrante do seminário.

Um exemplo “claríssimo”, de acordo com o governador, seriam as reformas, que estão “há 10, 20 anos aguardando” discussão.

“O Legislativo está preocupado em votar ‘fundão’ eleitoral, não em votar uma reforma tributária, que tem impacto positivo. O ‘fundão’ eleitoral perpetua os que sempre foram eleitos. Nós temos um Legislativo que, infelizmente, muitas vezes foge da sua responsabilidade e que é de fundamental importância para que nós venhamos a modernizar todo o aparato legal que nós temos”, criticou Zema.

O “fundão” a que se referiu o governador é o Fundo Especial de Financiamento de Campanha, instituído em 2017 para compensar o fim de doações privadas às campanhas eleitorais.

Quando discutiu a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2022, o Congresso elevou o montante do fundo de, aproximadamente, R$ 2,1 bilhões para cerca de R$ 5,7 bilhões.

No entanto, ao apreciar a Lei Orçamentária Anual de 2022, os parlamentares reduziram o total para pouco menos de R$ 5 bilhões.