Por Gabriel Duarte

O Cruzeiro conseguiu a permanência na Série A de 2024. Com o empate por 0 a 0 com o Botafogo, o time não pode mais alcançado pelo Bahia, primeiro dentro do Z-4. O empate foi a partir de uma atuação com pouco a se elogiar, mas o que mais importava, neste momento, foi garantido.

O time gerido por Ronaldo Fenômeno precisava se garantir na Série A. Era o objetivo traçado para o primeiro de retorno à elite nacional. Mas nem dependeu do resultado com o Botafogo. Somente a derrota do Bahia para o América-MG bastou para o time se garantir. O Vasco também perdeu e possibilitou a garantia.

O Cruzeiro empatou com o Botafogo, alcançou os 46 pontos e ainda chega à última rodada com a possibilidade de garantir vaga na Copa Sul-Americana com um empate com o Palmeiras, na última rodada. O jogo é no Mineirão.

A campanha permite que Ronaldo siga o plano traçado para o Cruzeiro até 2030. O objetivo inicial era a permanência na Série A, e, quem sabe, posteriormente, conquistar uma vaga em um torneio continental. Com a continuidade na elite, a previsão da entrada de recursos e fluxo não é alterada, o que aconteceria com um retorno à Série B.

Claro, o Cruzeiro teria dificuldades no retorno à Série A. Ronaldo assumiu um clube com uma dívida extremamente complexa e alta. O Fenômeno realiza o processo de reestruturação, e isso impacta na formação do elenco, de quanto o clube pode gastar. Além disso, por exemplo, ainda é preciso repassar parte dos recursos para o pagamento da recuperação judicial da associação.

Entretanto, a campanha deixa alertas. O Cruzeiro teve muitos percalços dentro e fora de campo. O time teve dois longos períodos sem vitória na campanha, fazendo com que se aproximasse da luta contra o rebaixamento.

A formação do elenco demonstrou acertos e problemas. O Cruzeiro conseguiu elevar o nível das laterais, com William e Marlon se encaixando bem nas pontas. No meio, Lucas Silva veio no meio do ano e se encaixou ao time. A zaga, com Neris e Luciano Castan, fez boa parte do Brasileiro com atuações regulares, baixando de produção, assim como todo o time em boa parte do período Zé Ricardo.

O Cruzeiro também teve erros na formação do elenco. Enfrentou sérias dificuldades na parte ofensiva, tentando e buscando camisas 9, mas sem nenhum conseguir deslanchar (Gilberto, Henrique Dourado e Rafael Papagaio).

No meio de campo, na janela de meio de ano, o time perdeu quatro volantes (liberou Neto Moura e Wallisson, além de ver Richard ser afastado e Ramiro machucar). A reposição veio somente com Lucas Silva.

Será preciso fazer uma longa e profunda avaliação do elenco e da formação. A expectativa é que haja um investimento maior e melhor no time para 2024, que poderá voltar até a disputar uma competição continental.

O jogo

Sem um homem com característica mais forte de marcação no meio, o Cruzeiro acabou cedendo espaços em demasia no meio-campo no primeiro tempo. Lucas Silva, como primeiro homem, acabou cedendo mais espaço que deveria na entrada da área.

Ao mesmo tempo, Japa e Ian Luccas também apresentaram dificuldade na marcação e recomposição. Até por isso, o Botafogo conseguiu levar perigo em chutes de fora da área e em triangulações que resultaram em infiltrações na grande área.

Por sua vez, no ataque, o time teve poucos lampejos de criatividade. Na primeira etapa, Arthur Gomes levou perigo em jogada individual, enquanto Lucas Silva parou em Perri, após cobrança de falta.

No segundo tempo, o time chegou a criar duas oportunidades para levar perigo a gol, mas Arthur Gomes e Matheus Pereira finalizaram mal. O Botafogo até tentou pressionar, mas também pecou na parte ofensiva.

No fim, o resultado não foi necessário para garantir a permanência, mas o Cruzeiro termina a penúltima rodada com a garantia de estar na Série A de 2024 e uma continuidade do projeto administrativo-financeiro-esportivo da SAF de Ronaldo Fenômeno.


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