Por Geraldo Elísio (Repórter)

O grande Salvador Dalí deve estar envergonhado diante do surrealismo que está sendo posto em prática no Brasil. Parece conto de Pedro Malas artes, mas não é que os generais Augusto Heleno e Braga Neto estão envolvidos em uma disputa para ver quem será o vice do Bozo nas próximas eleições.

Pessoalmente, depois das declarações do ministro Luís Eduardo Barroso tal disputa faz amplo sentido. Isto se for comprovado que a disputa envolve qual dos dois, junto ao indigitado Bolsonaro, primeiro deve ir para a cadeia. Como no Exército, Antiguidade é posto creio que tal norma usual beneficia Augusto Heleno.

Afinal, ele era auxiliar íntimo do general Sylvio Couto Coelho da Frota, que foi um general-de-exército brasileiro, ministro do Exército durante o governo Ernesto Geisel e que entrou em choque com ele sendo deposto pelo “Alemão”. Frota então escreveu um livro onde acusa Geisel de ser comunista”.

Eu me lembro bem – participei da cobertura da vinda de Frota a Belo Horizonte – tentando barrar os avanços democráticos a culminar com a abertura política. Além do mais, o pitiático Augusto Heleno ainda dispõe no currículo dele de nebulosas matanças ocorridas no Haiti e outros imbróglios ligados à área do futebol, com ativa participação. E por isto tem gente na cadeia.

Braga Neto por seu lado é outro golpista perfeito e acabado não dispondo de condições morais para relevante cargo, principalmente depois das revelações do ministro Barroso, junto aos seus pares do STF, para sempre passados à história como reles golpistas.

Eu sinto que no momento faltam posicionamentos claros da Ordem dos Advogados do Brasil e da Ordem dos Advogados do Brasil Seção de Minas Gerais, o que me desperta imensas saudades do doutor Heráclito de Fontoura Sobral Pinto, o advogado que não tinha preço, título do longa documentário filmado por sua neta Paula Fiuza, que me honrou com sete minutos de aparição neste trabalho entrevistando o avô dela, modéstia a parte meu amigo pessoal, graças à figura do saudoso Aristóteles Atheniense, de quem me orgulho de ter sido assessor.

Às vezes penso, ao ver homens do porte de Braga Neto e general Heleninho, o pitiático, à disposição de um tenentinho alucinado como o Bozo, que estou a ter pesadelos. Porém não, a realidade é mais triste do que se pensa. É verdade. Para a imensa frustração deste velho anarquista filosófico assustado com tal estado de coisas.

E quando isto vai terminar, eu me indago? Esperando que seja logo.]

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