Israel anunciou que o Hamas rejeitou a última proposta de acordo apresentada na semana passada para o estabelecimento de um cessar-fogo permanente no conflito no último domingo (14), segundo fontes sob condição de anonimato.

De acordo com o Político, o Hamas exigiu um “compromisso claro por escrito” de que Israel vai se retirar da Faixa de Gaza durante a implementação da segunda etapa de um acordo de cessar-fogo dividido em três fases. A informação, vinda de um alto funcionário egípcio e um funcionário do Hamas, revelou que o grupo militante palestino apresentou sua resposta ainda no sábado (13) aos mediadores.

De acordo com a apuração, os mediadores do Catar afirmaram que o Hamas ainda está empenhado nas suas exigências de um cessar-fogo permanente, da retirada do Exército israelense de todas as partes de Gaza, do regresso das pessoas deslocadas às suas casas, da intensificação do fluxo de ajuda e do início da reconstrução do enclave devastado pelos bombardeios e incursões de Israel.

“Confirmamos a nossa disponibilidade para chegar a um acordo sobre uma troca séria de prisioneiros entre os dois lados”, disse o Hamas.

A proposta apresentada a ambos os lados apela a um cessar-fogo de seis semanas em Gaza, durante o qual o Hamas libertaria 40 dos mais de 100 reféns que o grupo mantém no enclave em troca de 900 prisioneiros palestinos das prisões israelenses, incluindo 100 que servem longas penas por crimes graves.

Ainda segundo as fontes ouvidas pela apuração, os responsáveis do Egito e do Hamas afirmaram que a resposta do Hamas incluía o regresso irrestrito dos palestinos deslocados no norte de Gaza através das duas principais vias de comunicação sul-norte. Já os mediadores do Catar pretendem analisar a proposta meticulosamente antes de convocar uma nova rodada de negociações.

Em dezembro, um cessar-fogo de uma semana permitiu a libertação de parte dos reféns, que foram capturados pelo Hamas após o ataque surpresa do dia 7 de outubro. Na época, também foram libertados prisioneiros palestinos por Israel. Com isso, restaram cerca de 130 reféns israelenses na Faixa de Gaza.

Ao longo do conflito, a implementação de um cessar-fogo para selar um acordo com Israel tem enfrentado resistência no governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, cujas negociações com o Hamas são mediadas por Egito, Catar e Estados Unidos.

Na proposta, estão a interrupção dos combates por um período aproximado de seis a oito semanas que permita o deslocamento de palestinos pela principal via do enclave; a libertação de idosos, crianças e mulheres pelo Hamas em troca de prisioneiros palestinos sob o poder de Israel; além da ampliação da entrada de ajuda humanitária no território uma vez que mais de 90% da população está em situação de grave insegurança alimentar, segundo a ONU.


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