Após uma pandemia que levou à morte mais de 680 mil brasileiros por causa da Covid, muitos brasileiros passaram a se preocupar mais sobre a segurança financeira da família em um possível caso de luto. A preocupação fez com que até os mais pobres passassem a contratar seguro de vida. De acordo com a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), a receita do setor de microsseguros aumentou 47,4% nos primeiros cinco meses do ano, em relação ao mesmo período de 2021.

Em Minas, a realidade não é diferente e a aquisição de seguro de vida tem crescido em diferentes faixas econômicas e ganhando mais espaço entre os mais jovens e as mulheres. Um levantamento feito pela seguradora Icatu e divulgado com exclusividade , indicou que esse tipo de seguro teve um crescimento de 21% entre janeiro e maio deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. E o principal destaque foi o plano individual, que passou por uma alta de 40%, enquanto o empresarial aumentou só 9% no mesmo período.

Além da facilidade da contratação por meio de ferramentas digitais e dos valores (há planos a partir de mensalidades de R$ 30), uma mudança cultural entre os brasileiros tem sido importante para uma maior procura pelas apólices, de acordo com Sérgio Prates, diretor da Icatu em Minas Gerais

“A aceitação para ouvir falar sobre seguro de vida está mudando drasticamente não só no Brasil, mas também no mundo. O seguro de vida pode ser usado para proteção, onde a família fica protegida financeiramente, mas as pessoas também estão buscando proteger a si mesmas, porque pode existir uma invalidez ou uma doença grave. Ela quer contar com um recurso para enfrentar com mais facilidade (a situação)”, afirma Sérgio Prates.

Na Icatu, cerca de 25% das coberturas são para uso em vida. Nesse caso, se o beneficiário passar por diagnóstico de uma doença grave, poderá usar o dinheiro para fazer um tratamento não coberto pelo plano de saúde. Já houve caso de um segurado que conseguiu realizar uma cirurgia robótica para câncer de próstata após receber a indenização, segundo a seguradora.

Mudança no perfil

De acordo com Prates, o seguro costuma ser contratado por pessoas que são as provedoras de suas casas e querem garantia financeira para seus dependentes (crianças, pais, cônjuges). Nos últimos meses, a faixa etária desses chefes de família têm caído. A média histórica de idade da carteira de seguro de vida da empresa é de 45 anos, mas a faixa etária com maior aquisição em 2022 é de 30 a 39 anos.

Aos poucos, também há uma mudança no perfil de gênero do público-alvo. Anteriormente, 60% dos contratantes eram homens, mas essa porcentagem caiu para 57% – mostrando que as mulheres têm buscado cada vez mais pelo seguro.


Paola Tito