Por Geraldo Elísio (Repórter)

60 havia ficado para trás, em forma de triste lembrança. O Brasil era bicampeão do mundo em futebol, encantando o mundo. Nova década iria começar as dificuldades aflorando na política, Acreditávamos, nós os brasileiros em um novo Brasil impulsionado por JK. Porém o destino resolveu escrever por linhas tortas. Amplo espaço pra novo golpe de estado. Quanta tristeza meu Deus. E memoráveis lutas seqüenciais.

Vietnã escrevendo sua trágica história. Onde JK? O Brasil Novo. Sonho de todos. Aberto espaço a novo ditadores e desilusões. Que sina ou desígnios? Quartéis em polvorosa. Homem ganhando espaços. A gente perdendo tempo. Repórter da ZYU-4 Cultura de Sete Lagoas eu trabalhava.

31 de março. Dormindo na redação acordei com tropas nas ruas. Restava-me a reportagem. Esquerdistas e direitistas em confronto. Ganhando os segundos. Já era veterano de 61. Cenário o ex-Tiro de Guerra de Curvelo – TG 261 – Tiro de Guerra de Curvelo – 161. Em Curvelo o doutor Evaristo de Paula era o prefeito. Vasconcelos Costa em Sete Lagoas.

O ex-governador de Minas, Magalhães Pinto. Denominado líder civil do golpe. Evaristo de Paula, arregimentando “guerreiros” em Curvelo. Em Sete Lagoas a função cabida ao então prefeito Vasconcelos Costa. Em polvorosa o Brasil guerreiro. Porém a verdade verdadeira custou a aparecer com a demanda de focos só de ditadura via Washington.

Quartelada “braba” anos depois com a liberação dos documentos de Austin, no Texas, em tempo regulamentar quando Lyndon B. Johnson ocupou o governo norte-americano substituindo John Kennedy que fora assassinado em Dallas, no Texas, em outra manobra política até hoje mal explicada.

Em Washington DC estive, quando estive na cidade, eu contactei os repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein, com quem falamos a respeito da questão. Outras autoridades yankes também ouvidas sobre a questão comentaram sobre o assunto, não faltando entre eles, outra ocasião, r Cláudia Furiatti e Eurípedes Alcântara, a ouvir do próprio golpista:

– Não foi o governo, fui eu quem encomendou a CIA o envio do porta-aviões Enterprise ao Brasil, em 1964.

O doutor Evaristo Soares de Paula não sabia do assunto. Em Belo Horizonte, ao fazer a sua denúncia, o major do EB, Paulo Viana Clementino comentou sobre este assunto que acabou virilizando. Afora eles outros depoentes que deram seqüência ao assunto, sendo hoje um fato já consumado.

De todos os assuntos abordados o que me chamou muita atenção foi outro depoimento do general de Exército Lopes, Bragança, do Exército Brasileiro, onde ele, sem rodeios, assume ter liderado um grupo encarregado de assassinar o ex-presidente João Goulart, se ele tivesse viajado a Belo Horizonte uns poucos Diana antes do golpe.

De acordo o militar golpista o coronel José Oswaldo Campos do Amaral (Cascavel), um campeão de tiro foi o escolhido para a fatídica missão não realizada visto o presidente Jango ter cancelado a sua viagem. Tenho em meus arquivos a documentações citada com exceção só de uma: a página que Bragança narra o planejamento no crime.

Durante um almoço em restaurante um em Belo Horizonte, este original eu o dei de presente ao então deputado federal João Vicente Goulart. O filho de Jango almoçou comigo e com o político Francisco Rubió. O original com a assinatura do mesmo o tenho publicado no livro que escrevi sobre o assunto, chamado Plenário a Moda Antiga.

Além de todos os originais dos depoimentos em meu poder tenho fitas e fotos comprobatórias como garantia documental real de tão reais e sérios episódios para as histórias universal e brasileira, podendo contestar parlapatões de plantão a serviço de sei lá quais interesses.

De tais documentos resultam 60 anos vividos de histórias não sem duras, frustrações e tragédias, além de vitórias, escurecendo e igualmente iluminando a nossa História.