O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou em entrevista à revista Istoé, publicada hoje, que seu adversário no segundo turno das eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL), terá que aceitar o resultado das urnas, e que o ocorrido no último domingo (23), quando o ex-deputado federal Roberto Jefferson atirou em policiais, mostra o “grau de insanidade” atual do país.

Bolsonaro terá que aceitar o resultado das urnas. Simples assim. O que o episódio do Roberto Jefferson mostra é o grau de insanidade que o país alcançou com Bolsonaro.Lula, em entrevista à IstoÉ.

“Um sujeito, aliado de Bolsonaro, incentivado por declarações dele, que também disse que resistiria à prisão com tiros, que arremessa granadas e atira com fuzil contra policiais federais, é de uma gravidade sem tamanho”, completou.

O ex-presidente já havia comentado o episódio durante esta semana, dizendo que o caso “envergonha o país”.

Roberto Jefferson foi indiciado por quatro tentativas de homicídio após reagir à ação de agentes da Polícia Federal que tentavam cumprir um mandado de prisão expedido contra ele. O ex-deputado federal disparou 50 vezes com um fuzil e jogou três granadas de efeito moral na direção das viaturas. Dois policiais ficaram feridos — um deles, chegou a ser atingido na cabeça por estilhaços. Ambos passam bem.

Jefferson foi detido após violar os termos da sua prisão domiciliar, que incluíam seu afastamento das redes sociais. Entretanto, na semana passada, ele usou a conta do Twitter da filha, a ex-deputada Cristiane Brasil, para ofender a ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia.

‘Tem gente honrada de direita’

Na entrevista à Istoé, Lula também fez um aceno ao eleitorado de direita, e disse que Bolsonaro não pertence a esse espectro político.

Infelizmente, Bolsonaro não é o caminho da direita. Tem gente honrada de direita, gente séria de quem eu posso discordar, mas que não merece estar no mesmo grupo de Bolsonaro”, declarou. “O presidente não é de direita, ele é um mentiroso compulsivo, um sujeito que despreza a vida humana, a ciência, a fraternidade.”

O ex-presidente disse acreditar que um novo governo, que trabalhe pelo diálogo, poderá pacificar o país. “Assumindo um governo que trabalhe pelo bem das pessoas, conversando, se comunicando, certamente o país voltará para o rumo da normalidade e do desenvolvimento com inclusão social”, declarou.


Avatar