Por Geraldo Elísio (repórter)

Parece estar bastante claro não ser o general Santos Cruz um homem de esquerda. Pelo contrário, na sua peroração contra Bolsonaro ele lamenta a destruição da direita e do conservadorismo. Ele participou do golpe aplicado contra a democracia brasileira. Mas de ladrão ninguém pode chamá-lo.

Golpista não é um bom título para alguém sustentar. Mas no Brasil de hoje, não ser ladrão e ter capacidade intelectual para reconhecer todas as mazelas de Bolsonaro e caterva deve ser elogiado. Nunca senhor general o senhor poderá contar com um voto meu – razões óbvias – depositado em uma urna a seu favor.

Porém o meu reconhecimento às verdades expressadas quanto a este capitão Bolsonaro ( o porco – que os suínos me perdoem -) e suas milícias nunca lhe faltará a menos que a história me prove o contrário. E por qual razão mesmo a lhe atribuir virtudes que exalto não o prêmio com o meu voto. Golpe de estado foge da categoria de virtudes.

Além do mais o anarquismo filosófico o senhor sabe disto, abomina a violência, o roubo, a falta de democracia e acredita que somos todos iguais, gostando ou não gostando de tal premissa. Acredito no princípio a que os árabes titulam como Maktub, que significa “está escrito” ou “tinha de acontecer”.

O senhor pode até discordar de mim não existe razão alguma para sequer convencê-lo a isto. Caso contrário eu poderia ser chamado de um “mal anarquista”. Temos discordâncias sim, contudo me parece óbvio sermos apreciadores da honestidade e da justiça social, no caso em tela eu me eximindo de aplaudi-lo quanto à direita e o conservadorismo.

E entendo o senhor discordar do meu anarquismo filosófico. Posso até concordar em sermos colecionadores de frustrações. Mas mesmo sendo ótima a vida, dela não excluímos momentos difíceis a serem superados. Uma eleição se aproxima e salvo engano – claro, não pertenço a organizações políticas – e hipótese de Bolsonaro ser afastado de primeiro plano do Poder, democraticamente, já reconstitui esperanças, aquelas que nunca morrem.

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