Por Geraldo Elísio (Repórter)

Em primeiro lugar escrevo para manifestar o meu mais amplo repúdio às barbaridades perpetradas contra a jornalista Miriam Leitão e cobrar, se algum dos responsáveis estiver vivo, que seja punido. Mais de um vivo acrescente-se o S indicativo de plural. Ninguém tem o direito de conviver com crimes impunes.

Razão pela qual igualmente cobro a punição do filho de Bolsonaro ao zombar desta jornalista. Vou mais longe ao dizer que ela se torna um pouco maior ao escrever não guardar ódio de ninguém e perdoar os seus algozes. O próprio Cristo pediu ao Pai: “Perdoai-lhes, pois eles não sabem o que fazem!”.

Entretanto a mesma Miriam Leitão sabe muito bem existir a diferença entre o perdão Eterno e a prática da Justiça Humana, que ela deixou de lado ao investir contra a ex-presidenta Dilma Rousseff, sabedor de que aqueles que viriam substituí-la em nada se arrependeram e mais, pretendem continuar tais crimes.

Sou um mero repórter, mas sei que a todo o conjunto de coisas acontecidas podemos sintetizar num conjunto de três palavras: Síndrome de Estocolmo. Miriam cresce ao tornar público todo o seu sofrimento, e, ao mesmo tempo, destrói o seu mérito sabendo que os seus algozes pretendem dar vingança às barbaridades praticadas contra ela.

Nasci no Grande Sertão – Veredas – onde a jornalista também tem ligações através da cidade de Curvelo. Mas não sou defensor da tese da vingança, aferrado que sou à prática da Justiça, com todo o peso necessário em cima dos defensores de ignomínias. Pense Miriam Leitão. E se você perdoa e eles se sentirem à vontade para a prática de novos crimes?

Eu, como você, também posso perdoar, porém em momento algum me passa pela cabeça me colocar acima da Justiça e menos ainda qualquer distorção daí advinda. Tenho um Prêmio Esso Regional de Jornalismo do qual me fiz merecedor junto com mais quatro companheiros.

E não me envergonho nunca desse trabalho. A minha parte bem como dos colegas foi feita. A última sentença não está em nosso nível, sendo assim não cabendo a nenhum de nós o que será feito, pois não sou louco para me julgar o Juiz dos Juízes.

Miriam Leitão o seu perdão não interfere em meu sentimento de que seus covardes torturadores, em nome do futuro e da garantia da Justiça, acostados pela Lei e a Ordem não devem ser punidos. Principalmente para o sentimento de impunidade imperar, E que outros não venham a se tornar vítimas como você o um dia foi.