O ex-ministro Anderson Torres disse à CPI do 8 de Janeiro que viajou para os EUA por não ter sido avisado de possíveis ameaças em Brasília, mas a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, subordinada a ele, recebeu informes de inteligência sobre o aumento no número de manifestantes em Brasília desde o dia 5 de janeiro, além do plano de invadir o Congresso.
“Não recebi qualquer informação sobre a possibilidade de atos violentos no dia 8 de janeiro. Esta viagem foi programada com antecedência”, disse Anderson Torres, ex-ministro e ex-secretário de Segurança Pública do DF, à CPI do 8/1.
O que aconteceu
O ex-secretário de Segurança Pública negou que tivesse recebido alertas prévios sobre os ataques e afirmou que não teria se ausentado, se tivesse sido avisado. Ele viajava de férias para os EUA quando houve vandalismo às sedes dos três Poderes.
Documento enviados pela SSP à CPI aos quais a reportagem teve acesso contradizem Torres.
Segundo os ofícios, foram disparados à secretaria alertas e informes de inteligência desde o dia 5 até o dia 8 de janeiro.
A Secretaria de Inteligência do DF recebeu a primeira mensagem às 18h50 do dia 5 de janeiro sobre o acampamento no quartel-general do Exército. Na ocasião, eram cerca de 300 manifestantes e havia um motorhome no estacionamento do local.
A mensagem ainda alerta sobre os atos previstos e diz que a divulgação dos ataques era intitulada como “Tomada de poder”, “o qual apresenta pauta contrária ao atual governo [de Lula] no que tange à eleição e à posse do presidente da República”.