Com a eleição do governador Zema, uma nova lógica administrativa e política passou a ser adotada na gestão do Estado. Vindo da iniciativa privada, acostumado à condição de patrão, passou a tomar decisões individuais, sem ouvir ou consultar os demais atores da governança do Estado.

O peso da caneta e o conforto da poltrona do governador, favoreceu a início a aplicação destas decisões, tendo em vista o secretariado, dirigentes de fundação e estatais serem de sua livre escolha e exoneração.

Junte-se a este fato, sua atuação e subordinação aos interesses do seu partido político. Na totalidade das vezes, pessoas que sequer conhecem Minas Gerais, por este motivo indicaram pessoas de outros Estados para assessorá-lo e dirigir fundações e estatais.

Três anos depois o resultado desta prática já é visível. Principalmente na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, onde hoje o governador não tem número suficiente de apoiadores para aprovar sequer um requerimento.

As principais estatais estão imobilizadas, as fundações e departamentos também, e o funcionalismo seja de qual categoria for insatisfeito. Prestes a dar início a uma greve de proporções imprevisíveis.

Os municípios menores, dependentes de recursos, seja ele no montante e origem que for, passam para Zema a falsa impressão de que estão satisfeitos. Porém, a dois meses da eleição é que Zema poderá aferir sua real situação em relação a estes municípios. Os grandes municípios detentores de maior independência, vem a muito criticando sua forma de governar.

Recentemente o governador contrariou o entendimento dos Poderes, Legislativo e Judiciário, ao recorrer de suas decisões a instâncias superiores. Qualquer governante com mediana compreensão de como funciona a relação entre os Poderes, teria parado com sua pretensão, para consultar os outros poderes, em busca de um entendimento.

Dentro de um regime democrático, um Estado, governa-se junto com os demais Poderes. Por mais que ele entendesse que sua opinião estava certa, e não estava, teria que procurar um entendimento, pois os demais Poderes têm legitimidade para se opor às suas decisões.

Evidente que um juiz ou desembargador, pronunciam-se no processo, quando provocado e os deputados apresentam, analisam, aprovam ou rejeitam uma proposta de lei e fiscalizam os atos dos demais poderes, mais o que estava em questão, e provavelmente o governador não percebeu, era algo maior, tinha a ver como o posicionamento e entendimento das instituições que em conjunto decidem as questões que interferem diretamente na estabilidade do Estado. Este é o modelo que todos vivemos, não só o governador.

Zema caminha para dias difíceis. O resultado? Só o tempo dirá.