Durante depoimento à Polícia Federal (PF), o agente Wladimir Soares revelou a participação de Alexandre Ramalho, policial federal lotado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), no plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A informação foi divulgada pelo Jornal Nacional.
Wladimir Soares é um dos cinco suspeitos presos pela PF na última terça-feira (19) durante a Operação Contragolpe. As investigações indicam que o grupo conspirava para impedir a posse de Lula em 2023, planejando ações que poderiam culminar em um golpe de Estado. Conforme o depoimento, Ramalho foi o responsável por recrutar Soares para o esquema.
Segundo Soares, o convite ocorreu em uma conversa na Academia da Polícia Federal, em Brasília. Ele afirmou que teria um papel estratégico na segurança de Jair Bolsonaro, caso o ex-presidente optasse por não aceitar o resultado das eleições de 2022.
No final daquele ano, Soares fazia parte da equipe de segurança de Lula durante o período de transição de governo. No entanto, foi afastado do cargo após ser identificado frequentando o acampamento golpista instalado em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília. O afastamento reforçou as suspeitas sobre seu envolvimento em ações antidemocráticas.
As revelações adicionam novos elementos à investigação da PF, que busca desmantelar redes envolvidas em planos para desestabilizar a democracia brasileira. A participação de um membro da Abin no esquema destaca a gravidade da infiltração em órgãos de inteligência e segurança, ampliando a necessidade de respostas contundentes por parte das autoridades.
Foto: Polícia Federal/Divulgação