Na manhã desta segunda-feira (23/09/24), a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou uma visita técnica ao Bairro Pires, em Congonhas, para verificar as condições das nascentes e de uma adutora que abastece a região. A área está sob constante ameaça devido à intensa atividade minerária, que tem gerado preocupações entre os moradores locais. O objetivo da visita foi avaliar os danos causados pela mineração e buscar soluções para os problemas ambientais e de abastecimento de água.

O ponto de encontro foi a Igreja São Cristóvão, no Bairro Pires. Participaram da visita representantes do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), o presidente da Câmara Municipal de Congonhas e membros do Ministério Público de Minas Gerais. A visita é resultado de um pedido da comunidade local, preocupada com os impactos da mineração no fornecimento de água e nas condições ambientais da região.

O Bairro Pires, que abriga cerca de 2 mil pessoas, está localizado entre os municípios de Ouro Preto e Congonhas, sendo diretamente afetado pela atividade de três mineradoras: Vale, Ferro Mais e CSN. Essas empresas têm realizado operações na área, e os moradores relatam que, desde então, têm enfrentado problemas recorrentes, como a escassez de água e a contaminação das nascentes que abastecem a comunidade.

Um dos principais problemas levantados pelos moradores é o assoreamento e os danos nas tubulações de água da Copasa, que têm prejudicado o abastecimento hídrico. Antes da instalação das mineradoras, a população era abastecida diretamente pelas nascentes locais, que forneciam água limpa e não necessitavam de tratamento. Com a intensificação das operações minerárias, a situação se agravou, e a crise hídrica se tornou uma preocupação constante.

Durante a visita, foi ressaltado que, desde 2009, a região tem sido gravemente impactada pela mineração predatória, o que tem afetado a qualidade de vida dos moradores. Além da visita técnica, foram feitos requerimentos para que sejam realizados estudos periódicos sobre a qualidade da água e medidas urgentes para a preservação das nascentes e da adutora.

A Comissão de Meio Ambiente já havia realizado uma audiência pública no início de setembro para discutir os impactos da expansão da mina Casa de Pedra, operada pela CSN. O decreto estadual que declara de utilidade pública terrenos para a expansão da mina tem gerado grande apreensão, pois pode afetar diretamente cerca de 20 mil pessoas, que vivem na área próxima à estrutura da mineradora.

A comunidade continua preocupada com o avanço da mineração e seus efeitos negativos, especialmente em relação ao fornecimento de água e à segurança ambiental da região. A visita da Comissão marca um passo importante na busca por soluções e maior diálogo entre a população, autoridades e empresas mineradoras.


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