Pelo menos 30 alunos do Colégio Tiradentes, no bairro Prado, na região Oeste de Belo Horizonte, se intoxicaram com gás lacrimogêneo na manhã desta terça-feira.

Ambulâncias do Samu e do Corpo de Bombeiros faziam o atendimento às vítimas ainda na entrada da unidade escolar.

Dezenas de alunos foram sentados na porta da escola e médicos e enfermeiros faziam a triagem das vítimas. Quatro deles teriam sido levados para atendimento na UPA Oeste.

De acordo com o coronel Eugênio Valadares, comandante da Academia de Polícia Militar, na manhã desta terça-feira (9) os militares passavam por treinamento para operar instrumentos de menor potencial ofensivo quando incidente ocorreu.

“Estavam tendo treinamento normal em uma barraca de gás. Pode ser que essa barraca tenha caído e o gás vazado. Estamos apurando quais agentes químicos foram e o que ocorreu”, explicou.

PM investiga

A Polícia Militar (PM) abriu um inquérito para investigar se houve falha de execução no protocolo de treinamento da Academia da PM, que causou intoxicação com gás lacrimogêneo em alunos do Colégio Tiradentes. Não foi necessário suspender as aulas.

O acidente aconteceu durante um treinamento da corporação. Segundo a porta-voz da Sala de Imprensa, major Layla Brunnela, a substância se dispersou por causa do vento e foi levada para o colégio. “Todo o gás utilizado fica retido dentro de barracas. Durante a entrada e saída de militares, houve a dispersão de parte do agente químico”, explicou.

A major aponta, ainda, que esse tipo de treinamento com armas químicas faz parte da rotina da academia de polícia. “Foi aberto inquérito para apurar se houve uma falha nessa execução, se o protocolo que vêm sendo seguido há todos esses anos precisa ser revisto em algum ponto”, disse.

Ela afirma que, nos últimos três anos, não houve ocorrências do tipo no colégio e também ressalta o caráter passageiro dos sintomas. “Esses agentes trazem o que a gente chama de inquietação, que é uma dificuldade respiratória, ardência na garganta e no nariz, sensação de ânsia de vômito. O efeito é temporário, passa muito rápido. Todos os estudantes foram atendidos sem gravidade”, disse.