Um assessor do senador Sergio Moro (UB-PR) deixou seu gabinete. Ele recebia R$ 25 mil brutos por mês, mas ficou apenas 77 dias no cargo. Nas redes sociais, ele exibia armas e demonstrava apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Lucas Sabbato foi contratado em 17 de fevereiro, com salário de R$ 25.651 brutos, ou R$ 19.429 líquidos.
Ele afirmou a reportagem que saiu “a pedido”, como consta no Diário Oficial da União de sexta-feira (5).
Nas redes sociais, ele exibia armas junto com o deputado Fernando Francischini (UB-PR).
Em fotos antigas, também demonstrava apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Procurado pela reportagem, Lucas Sabbato disse que sua saída não tem a ver com armas e que ele não apoia Jair Bolsonaro. Ele afirmou que tirou uma foto antiga com o ex-presidente e publicou em uma rede social na qual não tem mais acesso. Ele também disse à reportagem que:
pediu demissão porque trabalha com publicidade e marketing digital e prefere atender vários políticos por meio de sua empresa a ficar com apenas um parlamentar
fez a campanha eleitoral do Sergio Moro em 2022
em 2020, quando Moro saiu do governo Bolsonaro, ele o parabenizou pela atitude
“Nem falar com o Bolsonaro eu falei na vida. Imagina ter proximidade assim. Tirei duas fotos com o cara quando eu fui lá pro Congresso”, disse Lucas Sabbato, publicitário.
“Nada tem a ver com sair por causa de Bolsonaro, arma… Eu mesmo avisei o Sérgio que eu ia sair e ele mesmo ficou assustado: ‘Por que você vai sair? Salário bom, cargo bom’. Foi questão minha, particular. Não é o que eu quero para minha vida”, continuou o ex-assessor.
Em um perfil de rede social, Sabbato afirma que estudava Direito em uma faculdade de Curitiba este ano. Ele trabalhou como assessor parlamentar no Paraná, como assessor do deputado estadual Ricardo Arruda (PL). Em 2020, ele acusou militantes de esquerda de fazerem depredação nas ruas da cidade.
Procurado pela reportagem, Moro não quis comentar.
Quando Sergio Moro foi ministro da Justiça no governo de Bolsonaro, foi criticado por atuar como contrapeso à política de aumento e distribuição de armas.
“É um ministro, lamentavelmente, desarmamentista”, afirmou Jair Bolsonaro em 24 de abril de 2020, quando o ex-juiz e senador deixou o governo.