O presidente Jair sugeriu que sua presença contribuiu com a retirada de tropas da Rússia da fronteira com a Ucrânia, embora não tenha fornecido qualquer indício a sustentar tal associação. Nessa quarta-feira (16), ele repetiu o discurso mentiroso de seus apoiadores.

Para o professor de Relações Internacionais da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Williams da Silva Gonçalves, Bolsonaro só reforça sua “imagem ridícula” perante o mundo.

Ainda ontem, o governo de Vladimir Putin anunciou o fim de manobras militares e a retirada de parte de suas tropas da península anexada da Crimeia, onde a presença de soldados alimentou os temores de uma invasão.

“Mantivemos a nossa agenda e, coincidência ou não, parte das tropas deixou as fronteiras. Ao que tudo indica, a grande sinalização é que o caminho para a solução pacífica se apresenta no momento para Rússia e Ucrânia”, disse Bolsonaro, ao tentar ganhar créditos com a decisão russa.

Para o especialista, as falas mentirosas de Bolsonaro não terão um resultado negativo para o país, já que o Brasil abandonou sua política internacional, desde que iniciou a atual gestão, tornando-se um pária.

“Hoje, o país não tem uma política externa, apenas atos desconectados e sem lógica. A repercussão internacional das falas de Bolsonaro pode ser péssima, mas ele já colocou o Brasil numa posição irrelevante e reforça sua imagem ridícula. A política externa do país faz parte do desenvolvimento econômico, e abandonar isso deixa o futuro comprometido”, afirmou, em entrevista ao jornalista Rodrigo Gomes, da Rádio Brasil Atual.

Em entrevista a jornalistas, Bolsonaro declarou que o encontro com Putin “demorou aproximadamente duas horas, foi bastante produtivo e teve até momentos de muita informalidade, com certas particularidades”. A tensão na Ucrânia, entretanto, não compôs a pauta, segundo o presidente brasileiro.

Bolsonaro na Hungria

Após visitar a Rússia e se encontrar com Vladimir Putin, Bolsonaro desembarcou, nesta quinta-feira (17), em Budapeste, na Hungria, onde irá se encontrar com o primeiro-ministro Victor Orbán, líder político de extrema-direita.

A agenda do chefe de Estado brasileiro prevê, antes do encontro com Orbán, uma reunião privada com o presidente do país, János Áder.

Orbán está no poder desde 2010 e, para alguns especialistas, ele conseguiu corromper a democracia por dentro: por exemplo, ele aumentou o número de juízes do Supremo Tribunal do país de 11 para 15 e nomeou os ocupantes das novas cadeiras. Além disso, ele conseguiu aprovar leis para aumentar sua representação legislativa e aprovar pautas conversadoras.

“Essa nossa passagem por aqui é rápida. Mas deixará um grande legado para os nossos povos. Acredito na Hungria e no prezado Orbán, que eu trato praticamente como um irmão dadas as afinidades que nós temos na defesa dos nossos povos e na integração dos mesmos”, declarou Bolsonaro sobre o líder extremista húngaro.

Fonte: Rede Brasil Atual

 


1 Comentário

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    SocorroBrasil, fevereiro 20, 2022 11:01 @ 11:01

    Tadinho, acredita no Papai Noel, que coelho bota ovos de chocolate e que vai receber o Prêmio Nobel da Paz.

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