Durante a visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Japão, o Brasil celebrou um importante acordo comercial envolvendo a venda de 20 jatos da Embraer a empresas do setor aéreo japonês. O negócio, avaliado em aproximadamente R$ 10 bilhões, marca a ampliação das parcerias estratégicas entre os dois países e fortalece a presença da fabricante brasileira no mercado asiático.
O anúncio foi feito nesta quarta-feira (27) pela comitiva brasileira em Tóquio. A empresa All Nippon Airways (ANA), uma das maiores companhias aéreas do Japão, confirmou a aquisição de 15 aeronaves do modelo E-190 e manifestou interesse em comprar outras cinco, totalizando 20 jatos.
Além do impacto econômico direto, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou que o acordo com os japoneses reforça a credibilidade internacional da Embraer e abre portas para novas negociações com outros países. “Esse contrato serve como chancela para novas vendas e reforça a imagem da Embraer como referência mundial em aviação regional”, afirmou.
O ministro também ressaltou que o crescimento da demanda internacional por aeronaves brasileiras exigirá investimentos em qualificação profissional. “Precisaremos preparar nossa mão de obra para esse novo cenário. Já estamos desenvolvendo programas de capacitação voltados para o setor da aviação, o que irá gerar emprego, renda e movimentar a economia nacional.”
Outro avanço nas tratativas bilaterais foi a discussão sobre a adoção, pelo setor aéreo japonês, do Combustível Sustentável de Aviação (SAF), considerado uma alternativa mais limpa ao querosene de aviação tradicional. Esse biocombustível pode ser produzido a partir de diversas fontes renováveis, como o etanol derivado da cana-de-açúcar, óleo de cozinha usado, resíduos agrícolas, milho e gorduras.
Segundo o ministro Silvio Costa Filho, o governo brasileiro está articulando com autoridades japonesas, inclusive com o primeiro-ministro do país, para que 10% do combustível usado pela aviação japonesa passe a ser produzido a partir do etanol. “O SAF é significativo para o agronegócio brasileiro e impulsiona a indústria sucroenergética, alinhando-se à agenda da sustentabilidade”, explicou.
A comitiva brasileira também discutiu os avanços no desenvolvimento do eVTOL, aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical — o chamado “carro voador”. O projeto, liderado pela Embraer em parceria com empresas internacionais, promete revolucionar a mobilidade urbana e é mais uma frente de colaboração entre Brasil e Japão na área de inovação tecnológica.
Foto: Ricardo Beccari/Embraer
