O colorido desfile do bloco “Abalô-caxi” pelas ruas da avenida Amazonas neste domingo (11/02) não apenas trouxe alegria aos foliões, mas também adiantou a intensificação das tensões políticas a apenas 8 meses das eleições municipais.
Enquanto os tambores ecoavam pelas vias, a deputada federal Duda Salabert (PDT) usava o ambiente festivo para lançar críticas afiadas ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e ao prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), acusando-os de tentar se apropriar do espírito carnavalesco em benefício político. Para Duda, o carnaval da capital não está sob o domínio de nenhum dos dois, mas pertence ao povo.
“O nosso carnaval é uma expressão genuína da cultura e da identidade do povo belo-horizontino. Não podemos permitir que interesses políticos o transformem em palco para disputas eleitorais”, enfatizou a parlamentar em meio aos acordes e às coreografias dos foliões.
Os clamores de “Fora Zema”, liderados pela própria Duda, ecoaram entre os blocos e se misturaram às batidas dos tamborins, demonstrando a insatisfação de parte da população com a gestão estadual. O coro ganhou força à medida que os foliões se uniam à causa, transformando as ruas em um verdadeiro palco de protesto político.
Não só o bloco “Abalô-caxi” foi palco para as manifestações políticas. O ‘Então, Brilha!’, um dos blocos mais emblemáticos de BH, também se manifestou sobre a rixa política do Carnaval da cidade. Durante seu desfile, os integrantes do bloco entoaram cantos de protesto e responsabilizaram o Estado por tentar se “apropriar” da festa. “O governo do Estado querendo se apropriar da festa é um insulto à nossa tradição. Eles nunca ajudaram, pelo contrário, quase acabaram com o nosso Carnaval em 2020″, afirmou a vocalista da banda.
Esses episódios não apenas evidenciam a intensificação das tensões políticas em Belo Horizonte, mas também ressaltam a importância do Carnaval como um espaço de expressão e resistência. À medida que nos aproximamos das eleições municipais, é esperado que a fervilhante atmosfera política se intensifique, transformando o Carnaval em mais do que uma simples celebração, mas em um palco de luta e debate sobre o futuro da cidade.