As autoridades alfandegárias da China anunciaram nesta segunda-feira (3) a suspensão das importações de carne bovina de sete estabelecimentos localizados no Brasil, Argentina, Uruguai e Mongólia. A decisão ocorre em meio a um cenário de importações recordes em 2023, que resultaram em excesso de oferta e prejuízos significativos para os produtores.
De acordo com um comunicado divulgado no site do departamento de alfândega chinês, a suspensão atinge dois exportadores argentinos – Frigorífico Regional General Las Heras S.A. e Frio Dock S.A. – e três frigoríficos brasileiros. Os estabelecimentos afetados no Brasil são: Frisa Frigorífico Rio Doce S/A, em Nanuque (MG); Bon-Mart Frigorífico Ltda, em Presidente Prudente (SP); e JBS S/A, em Mozarlândia (GO). Além desses, também foram suspensas as importações do Frigorífico Sirsil S.A., do Uruguai, e de um fornecedor da Mongólia.
As autoridades chinesas não divulgaram o motivo específico das suspensões. Em resposta, a Associação Brasileira das Exportadoras de Carne (Abiec) afirmou que as empresas envolvidas foram notificadas sobre não conformidades em relação aos requisitos sanitários chineses e estão adotando medidas corretivas para atender às exigências.
“A Abiec está em diálogo com as autoridades competentes para resolver a questão o mais rapidamente possível”, informou a entidade em nota.
Brasil, Argentina e Uruguai estão entre os principais fornecedores de carne bovina para o mercado chinês, que é o maior importador e consumidor mundial do produto. No final de 2023, o Ministério do Comércio da China iniciou uma investigação sobre o aumento das importações, já que o excesso de oferta levou os preços da carne bovina a níveis historicamente baixos.
Em 2024, as importações chinesas atingiram um recorde de 2,87 milhões de toneladas métricas, de acordo com dados alfandegários do país. O aumento na compra do produto gerou preocupações sobre possíveis novas restrições comerciais por parte de Pequim, o que poderia impactar significativamente os principais fornecedores, incluindo Brasil, Argentina, Austrália e Estados Unidos.
O setor aguarda a conclusão da investigação chinesa, com os resultados oficiais previstos para o final deste ano.
Foto: Valter Campanato /Agência Brasil