O chefe da assessoria especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ex-ministro Celso Amorim fez, em discurso nesta quinta-feira (9), uma defesa enfática de uma ação internacional urgente em favor da população civil na Faixa de Gaza.
Amorim discursou em uma conferência em Paris coordenada pelo presidente da França, Emmanuel Macron – e citou palavras de Lula sobre inocentes não pagarem pela insanidade da guerra.
“Enquanto faço este discurso, continuamos aguardando ansiosos a saída dos brasileiros de Gaza”, disse Amorim.
O ex-chanceler representa o Brasil na Conferência Humanitária Internacional pela População de Gaza. O encontro reúne cerca de 40 países envolvidos em ações humanitárias na região atingida pelo conflito entre Israel e o Hamas: Estados, doadores, organizações internacionais e ONGs.
Amorim voltou a dizer que reitera a condenação do Brasil aos ataques terroristas contra o povo israelense e a tomada de reféns, sem citar o grupo terrorista Hamas. E ponderou que os atos bárbaros também não justificam o uso de uma força “indiscriminada contra civis” por parte de Israel.
“A morte de milhares de crianças é chocante. A palavra genocídio inevitavelmente vem à mente”, completou.
No discurso, Celso Amorim lembrou que a guerra entre o Hamas e Israel faz parte de um conflito maior, de 75 anos, “cuja raiz é a ausência de um lar seguro para o povo palestino”.
E defendeu que a única solução é justamente o “reconhecimento de um Estado palestino viável, vivendo lado a lado com Israel, com fronteiras seguras e mutuamente reconhecidas, é a única solução possível”.
O ex-chanceler disse que o Brasil pede uma nova conferência diplomática pelo processo de paz israelo-palestino, nos moldes do encontro feito em 2007 em Annapolis (EUA), quando delegações de 50 países participaram das conversas por uma solução política entre Israel e Palestina.