A Comissão de Ética Pública da Presidência da República instaurou em 30 de maio um Processo de Apuração Ética contra o deputado federal e ex-ministro Ricardo Salles (PL-SP).

O objetivo é apurar uma suposta ingerência de Salles numa operação da Polícia Federal contra exploração ilegal de madeira realizada em 2020. À época, o deputado era ministro do Meio Ambiente do governo Jair Bolsonaro (PL).

Em 2021, Salles foi alvo de uma operação da PF por, supostamente, facilitar o contrabando de madeira. À época, um relatório da corporação apontou que o ex-ministro atendeu a pedidos de empresas exportadoras de madeira para liberar cargas sido embargadas ou apreendidas.

Um dos bolsonaristas mais ferrenhos e quinto deputado federal mais votado do país em 2022, Salles foi nomeado em maio deste ano relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), pilotada pela oposição e criticada por integrantes da bancada governista.

A Comissão de Ética foi criada em 1999 para administrar a aplicação do Código de Conduta da Alta Administração Federal. As sanções aplicadas pela comissão criam uma espécie de “ficha suja” sobre comportamento ético e podem prejudicar promoções dos funcionários do Governo.

A reportagem entrou em contato com Salles, mas o deputado não se manifestou até a publicação deste post.

Salles já afirmou à PF que se reuniu com madeireiros quando era ministro, mas atribuiu a agenda a um pedido do então ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.

Também no dia 30, a comissão de ética pública negou um recurso contra uma condenação de Fábio Wajngarten, ex-secretário de comunicação de Bolsonaro.

Ele foi punido com pena de censura por uma viagem a Brasília feita em novembro de 2019 pela mulher dele, Sophie Wajngarten. A viagem foi bancada por dinheiro público num momento em que ela não tinha nenhum vínculo com o governo.

A reportagem procurou Wajngarten, mas não teve retorno até a publicação.


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