O conselho de administração da Petrobras concluiu que a companhia seguiu corretamente sua política de preços de combustíveis ao longo do último ano e no início de 2025, segundo fontes consultadas pelo Valor. A avaliação foi feita em reunião nesta quarta-feira (29), após especulações sobre um possível reajuste no preço do diesel, que, segundo consultorias especializadas, está defasado em relação às cotações internacionais.
“A atual política de preços tem o mérito de acomodar oscilações com base em fatores voláteis como o dólar e o Brent. Isso evita reajustes frequentes que causem instabilidade no mercado”, afirmou uma fonte envolvida nas discussões.
Apesar da aprovação geral do conselho, houve divergências entre os conselheiros quanto ao cumprimento da política de preços. No entanto, essa avaliação não interfere diretamente em uma possível decisão de reajuste. A definição sobre mudanças nos valores dos combustíveis cabe exclusivamente à diretoria-executiva, que se reunirá ainda nesta semana.
Os consumidores sentirão impactos nos preços dos combustíveis a partir deste sábado (1º), com a entrada em vigor do reajuste do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A alíquota sobre a gasolina aumentará em 7%, chegando a um valor de um real e quarenta e sete centavos por litro. Já o diesel sofrerá um aumento de 5%, elevando o ICMS para um real e doze centavos por litro.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, esteve em Brasília na segunda-feira (27) para uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil). Embora nenhum anúncio oficial tenha sido feito, Chambriard teria indicado que a Petrobras poderá aumentar o preço do diesel nas próximas semanas entre dezoito e vinte e quatro centavos por litro, segundo apuração de Ana Flor.
Atualmente, cálculos da StoneX apontam que o diesel da Petrobras está trinta e sete centavos abaixo da paridade de importação, o que representa uma defasagem de 10,9%. A gasolina também apresenta uma diferença de doze centavos, ou 4,3%.
Nos últimos dias, a defasagem dos preços da Petrobras tem diminuído, impulsionada pela queda do câmbio e do petróleo. Na última sessão, o Brent recuou 1,15%, sendo cotado a setenta e cinco dólares e sessenta e um centavos. Já o dólar registrou uma leve queda de 0,06%, encerrando em cinco reais e oitenta e seis centavos, acumulando desvalorização de 5,08% em janeiro.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil