Em 2024, Minas Gerais enfrenta uma das piores crises de saúde pública de sua história recente, com a disseminação desenfreada da dengue.
Os números alarmantes registrados até o momento indicam uma situação preocupante, superando até mesmo os registros da última grande epidemia da doença.
Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), os casos prováveis de dengue já ultrapassaram os 218.265 apenas até 19 de fevereiro, representando um aumento dramático em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram registrados cerca de 50.100 casos prováveis.
Para entender a magnitude dessa crise, é importante observar o contexto histórico. A última vez que Minas Gerais enfrentou uma situação tão delicada em relação à dengue foi há pelo menos 13 anos, conforme os registros da SES-MG.
Desde então, o estado não havia visto uma proliferação tão rápida e intensa do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
Mesmo em anos anteriores com situações desafiadoras, como em 2016, quando foram registrados 194.639 casos prováveis durante janeiro e fevereiro, a situação atual se destaca pela sua gravidade.
Diversos fatores contribuem para esse cenário preocupante. O fenômeno El Niño e as mudanças climáticas são apontados como elementos que favorecem a multiplicação do mosquito, prolongando sua vida útil e aumentando sua atividade.
O verão mais chuvoso também cria condições ideais para a reprodução do Aedes aegypti, uma vez que seus ovos necessitam de água para se desenvolverem.
O médico infectologista Estevão Urbano ressalta que o aumento das temperaturas e a umidade são fatores que aceleram o ciclo de vida do mosquito, contribuindo para a propagação da doença.
Além disso, eventos sazonais como as festas de fim de ano e o Carnaval podem intensificar o problema. As aglomerações geradas por esses eventos aumentam o risco de transmissão da dengue, enquanto os resíduos deixados após as festividades podem se tornar criadouros ideais para o mosquito.
Estevão Urbano alerta para a importância de medidas preventivas, destacando que o combate à dengue exige um esforço conjunto das autoridades públicas e da população. Eliminar os focos do mosquito e adotar medidas de proteção individual são ações essenciais para conter a propagação da doença.
O secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti, enfatiza a gravidade da situação, classificando-a como a pior epidemia de dengue da história de Minas Gerais.
Ele alerta que as regiões do Sul, Norte e Triângulo do estado estão especialmente vulneráveis e devem começar a registrar um aumento significativo nos casos. Diante desse cenário alarmante, é fundamental que sejam adotadas medidas urgentes para conter a disseminação da dengue e proteger a saúde da população mineira.