O depoimento marcado para 27 de fevereiro, em Brasília, do deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, acrescenta mais um capítulo a uma investigação em curso.
Ramagem é alvo de um inquérito que busca esclarecer a existência de uma suposta “Abin paralela” utilizada para monitorar adversários políticos de maneira irregular e voltada a interesses pessoais.
A convocação para depor ocorre após uma operação de busca e apreensão realizada em 25 de janeiro, na qual a Polícia Federal recolheu um celular e um notebook da Abin que estavam sob posse de Ramagem, mesmo após ele deixar o cargo em 2022.
Na ocasião, o parlamentar não compareceu para prestar esclarecimentos, alegando que só falaria após ter acesso ao material obtido pela PF.
Além da investigação sobre a “Abin paralela”, a PF apura o uso da estrutura da Abin para favorecer os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, Flávio e Jair Renan Bolsonaro.
Há suspeitas de que Ramagem teria utilizado a agência para elaborar provas e relatórios em defesa dos filhos do ex-presidente. O deputado nega veementemente qualquer irregularidade e o uso político da Abin, ressaltando que os aparelhos recolhidos em sua casa não eram utilizados “há anos”.
A complexidade das acusações e a dimensão política envolvida tornam este caso um ponto de atenção na esfera pública, com Ramagem defendendo-se das alegações e a PF conduzindo uma investigação minuciosa sobre o suposto uso indevido da Abin para fins pessoais e políticos.
O desenrolar dos acontecimentos nas próximas semanas será crucial para esclarecer as acusações e suas consequências legais e políticas.