A remuneração dos servidores da segurança pública e os impactos da taxação do aço foram os principais temas debatidos na Reunião Ordinária de Plenário desta terça-feira (11/2/25), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Parlamentares de diferentes partidos se manifestaram sobre os desafios enfrentados pelo estado, incluindo a defasagem salarial e as barreiras impostas ao setor industrial mineiro.

O deputado Sargento Rodrigues (PL) denunciou a perda salarial dos profissionais da segurança pública, ressaltando a ausência de reposição inflacionária. Durante sua fala, ele apresentou vídeos com declarações do vice-governador Mateus Simões e do governador Romeu Zema, argumentando que há margem para conceder reajustes à categoria. Segundo Rodrigues, a defasagem acumulada ultrapassa 40%.

No mesmo tom, o deputado Caporezzo (PL) afirmou que “o governador Romeu Zema abandonou a segurança pública”. Ele também demonstrou preocupação com o conteúdo didático adotado no Colégio Tiradentes da Polícia Militar, apontando supostas distorções históricas nos materiais distribuídos aos estudantes. O deputado Bruno Engler (PL) reforçou o pedido para a retirada dos livros de circulação.

Por outro lado, o deputado Leleco Pimentel (PT) celebrou os 45 anos do Partido dos Trabalhadores e abordou a decisão do governo dos Estados Unidos de sobretaxar as importações de aço e alumínio brasileiros. Ele alertou que essa medida trará prejuízos à indústria mineira e afetará o Produto Interno Bruto (PIB) do estado. Betão (PT) também condenou a política comercial norte-americana e criticou o tratamento dispensado aos brasileiros deportados dos EUA, destacando que muitos deles são mineiros.

A deputada Beatriz Cerqueira (PT) chamou a atenção para o julgamento no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), marcado para esta quarta-feira (12), sobre a ação direta de inconstitucionalidade movida pelo governo estadual contra o pagamento do piso salarial dos profissionais da educação. Ela criticou a postura do Executivo, alegando que há R$ 4 bilhões disponíveis para o setor e que o direito dos trabalhadores está sendo desrespeitado.

A deputada Bella Gonçalves (Psol) também criticou a taxação do aço imposta pelo governo norte-americano e destacou a contradição do governador Romeu Zema ao elogiar o presidente dos EUA. “Isso ameaça quebrar empresas em Minas Gerais, como as do Vale do Aço, pois querem que continuemos sendo uma república das bananas e da mineração bruta sem nenhum tipo de industrialização”, afirmou.

Em sua primeira participação na tribuna da ALMG, a deputada Carol Caram (Avante) enfatizou a cultura e a força do povo mineiro. Natural do Vale do Mucuri, ela destacou sua trajetória como advogada e professora e afirmou que seu mandato terá como prioridade o combate à fome, além de melhorias no abastecimento de água e no acesso à educação. “Eu tenho vários sonhos para a nossa gente. Prometo incansavelmente lutar pelo meu povo, em busca de desenvolvimento e progresso”, declarou.

Carol Caram também celebrou a presença recorde de mulheres na atual legislatura da ALMG. “Mulheres, somos o pilar da nossa sociedade, somos fortaleza, somos incríveis”, afirmou.

O deputado Lincoln Drumond (PL) fez sua estreia no plenário agradecendo a Deus, à família e aos seus mentores políticos. Ele destacou os danos causados pelas chuvas no Vale do Aço, mencionando os prejuízos em Coronel Fabriciano, Ipatinga e Santana do Paraíso. Segundo Drumond, a resposta do governo federal foi tardia e insuficiente. “Somente depois que as críticas vieram é que telefonaram para as prefeituras. Mas os R$ 690 mil que foram enviados não pagam sequer o combustível das máquinas que estão nas ruas”, lamentou.

A sessão demonstrou as diversas preocupações dos parlamentares mineiros, que vão desde a valorização salarial dos servidores públicos até a defesa da economia do estado diante das barreiras comerciais internacionais.

Foto: Guilherme Dardanhan


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