O ex-ministro Abraham Weintraub (Educação) e o ex-secretário Mário Frias (Cultura) foram punidos pelo CEP (Comissão de Ética Pública) da Presidência da República.

Em 2019, como ministro, Weintraub acusou as universidades federais de serem focos de plantação de maconha. Como não havia provas, a União foi condenada a se retratar e o caso foi encaminhado à CEP, que julga a conduta de ética dos agentes públicos.

Já Frias usou um termo racista ao responder ao historiador negro Jones Manoel quando era secretário, em 2021. A vítima entrou na Justiça contra o Frias e o caso também foi instaurado pela CEP.

A comissão também instaurou um processo contra o ex-ministro Gilson Machado (Turismo) por falas “antiéticas” ditas contra o presidente Lula (PT).

Em reunião de colegiado na última terça (11), os dois foram sentenciados por “censura ética”. A sentença fica registrada nas respectivas fichas e pode atrapalhar futuras promoções, aprovações ou aumentos em cargos do funcionalismo público.

Como foi o caso Weintraub

Sem provas, Weintraub relacionou as universidades federais ao plantio maconha em entrevista a uma rádio enquanto ministro da Educação. Ele foi chamado à Câmara para explicar a fala.

Você tem plantações de maconha, mas não são três pés de maconha, são plantações extensivas de algumas universidades, a ponto de ter borrifador de agrotóxico. Porque orgânico é bom contra a soja para não ter agroindústria no Brasil, mas na maconha deles eles querem toda tecnologia a disposição“, disse Abraham Weintraub, em 2019.

Desvios decorrentes de manifestações públicas de caráter antiético contra a imagem das universidades federais”, disse Caso julgado pela CEP.

Como foi o caso Mário Frias

Em 2021, o então secretário especial de Cultura fez uma comparação racista ao dizer que Jones Manoel “precisava de um bom banho”. A fala foi feita via Twitter após o historiador dizer, nas redes sociais, que “já tinha comprado fogos” com uma notícia de internação de Bolsonaro. O tuíte foi apagado, mas Jones processou Frias pela postagem.

O que existe é um esgoto fascista, e por consequência racista, que veio a público e quer lutar pelo ‘direito’ de ser racista na esfera pública. O Mario Frias faz parte disso.”Jones Manoel, em resposta a Frias

“Violação às normas éticas em face de publicação feita em redes sociais“, disse Caso julgado pela CEP.

Em um discurso em Alagoas em 2021, Machado disse que Bolsonaro não precisava “tomar uma dose de cachaça para ficar no meio do povo”, em provocação velada a Lula. O caso foi aceito pela CEP nesta terça.


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