Em carta aos líderes do G20, Klaas Knot, presidente do Financial Stability Board (FSB), enfatizou a necessidade de acelerar reformas no setor financeiro global, incluindo a adoção completa de Basileia 3. “Com elevados níveis de dívida pública e privada e crescimento econômico modesto, o mundo não pode arriscar a instabilidade financeira”, afirmou.

Knot destacou que o estresse financeiro observado em março de 2023 nos Estados Unidos e Europa expôs a vulnerabilidade do setor bancário, lembrando que corridas bancárias continuam sendo um risco. Ele pediu ações mais rápidas e eficazes de gestores e reguladores para lidar com crises, além de reforçar a supervisão e a gestão de riscos bancários.

O presidente do FSB também alertou para os riscos do crescimento no segmento financeiro não bancário. Ele anunciou que o conselho apresentará novas recomendações para mitigar vulnerabilidades nesse setor, como alavancagem e práticas de fundos de mercado monetário. Segundo Knot, “não basta desenvolver políticas; é essencial implementá-las de maneira eficiente”.

A digitalização também foi destacada como um ponto crítico. Embora tecnologias como a inteligência artificial (IA) tragam eficiências ao setor financeiro, Knot alertou para riscos sistêmicos associados à IA, como dependência de terceiros, cibersegurança e qualidade de dados. O FSB continuará avaliando os impactos regulatórios da IA em diversas jurisdições.

Knot destacou ainda a importância de modernizar as infraestruturas de pagamentos para reduzir custos e melhorar a transparência. Ele defendeu a aplicação de regras equivalentes a todas as entidades que lidam com ativos digitais e arranjos internacionais de pagamentos.

Outro tema central foi o impacto das mudanças climáticas na estabilidade financeira global. Knot pediu que empresas adotem metodologias para avaliar riscos ambientais futuros e que sigam os padrões do International Sustainability Standards Board (ISSB) para maior transparência e adaptação.

O FSB reforçou a urgência de uma abordagem coordenada entre os países do G20 para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas, digitalização e fragilidades do sistema financeiro, visando garantir um ambiente econômico mais estável e sustentável.

Foto: EPA-EFE/Jeroen Jumelet

 


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