A arrecadação de impostos, contribuições e demais receitas federais atingiu R$ 235,321 bilhões em janeiro, informou nesta quarta-feira (23) a Secretaria da Receita Federal. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando a arrecadação foi de R$ 198,927 bilhões (valor já corrigido pela inflação), houve aumento real de 18,3%.

A arrecadação de janeiro é recorde não somente para o primeiro mês de um ano, mas para todos os meses. A série histórica da Receita Federal, atualizada pela inflação, tem início em 1995. Com isso, o resultado representa a maior arrecadação em 28 anos.

Razões para a alta da arrecadação

De acordo com a Receita Federal, o aumento da arrecadação, em janeiro deste ano, está relacionado, entre outros fatores, com pagamentos atípicos de IRPJ e CSLL, de R$ 12 bilhões. Esses valores decorrem, em parte, da tributação sobre a venda de participações societárias por algumas empresas.

Mesmo sem considerar esses valores extraordinários que ingressaram no mês passado, a Receita Federal informou que haveria um crescimento real de 9,19% na arrecadação do janeiro de 2022. “Esse desempenho pode ser explicado pelo comportamento da economia e pelo crescimento da arrecadação do IRPJ/CSLL”, acrescentou. Segundo o órgão, o aumento do lucro das empresas em 2021 gerou alta da arrecadação no primeiro mês deste ano.

Além disso, o bom desempenho da venda de alguns produtos básicos, como minerais metálicos e petróleo, também ajudaram a impulsionar os valores arrecadados. Para 2022, a Receita Federal acredita que as chamadas “commodities” também podem ajudar a elevar o recolhimento de tributos.

Meta fiscal

O bom desempenho da arrecadação ajuda o governo a atingir a sua meta fiscal para o ano, que é de déficit de até R$ 170,473 bilhões. O déficit primário indica quanto o governo deve gastar acima da arrecadação do ano, sem contar as despesas com a dívida pública.

A estimativa do Ministério da Economia, até o momento, é de que as contas do governo registrarão um rombo fiscal menor neste ano, de R$ 49,6 bilhões. Se confirmado o déficit, 2022 será o nono ano consecutivo com rombo nas contas do governo, que vêm registrando resultados negativos. Em 2021, o resultado negativo foi de R$ 35,073 bilhões.

Fonte: O Globo