O governo brasileiro está aguardando a oficialização da taxação de 25% sobre as importações de aço e alumínio pelos Estados Unidos antes de se manifestar oficialmente e definir possíveis medidas de resposta. A posição foi anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta segunda-feira (10), em reação ao anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump.
“O governo tomou a decisão de só se manifestar oportunamente, com base em decisões concretas, e não em anúncios que podem ser mal interpretados ou revistos. O governo vai aguardar a decisão oficial antes de fazer qualquer manifestação”, declarou Haddad a jornalistas.
Os Estados Unidos são o principal destino das exportações brasileiras de aço, enquanto o Brasil é o segundo maior fornecedor do produto para o mercado norte-americano. Questionado sobre uma possível retaliação, como a taxação de grandes empresas de tecnologia, Haddad afirmou que o governo aguardará a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a implementação das medidas pelos EUA.
Na semana passada, em entrevista a rádios mineiras, Lula afirmou que o Brasil tem direito de aplicar a lei da reciprocidade. “O ideal seria que os EUA reduzissem a taxação e nós fizéssemos o mesmo. Mas, se qualquer país aumentar as taxas sobre o Brasil, nós também iremos taxá-los. Isso é simples e democrático”, declarou o presidente.
Durante seu primeiro mandato, Trump impôs tarifas sobre o aço e o alumínio, mas posteriormente concedeu cotas de isenção a parceiros comerciais como Canadá, México e Brasil. Atualmente, os EUA são o maior comprador do aço brasileiro. Segundo a Administração de Comércio Internacional dos EUA, o Brasil foi o segundo maior fornecedor do produto para o país em 2024, atrás apenas do Canadá. Dados do Instituto do Aço Brasil indicam que, em 2023, os EUA representaram 49% das exportações brasileiras de aço, consolidando-se como o principal destino da produção nacional.
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil