O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta terça-feira que o governo está considerando revisar para cima as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2024. A declaração vem após a divulgação de dados pelo IBGE, que apontaram um crescimento de 1,4% do PIB no segundo trimestre deste ano, o maior avanço trimestral desde o quarto trimestre de 2020.
O PIB, que representa a soma das riquezas produzidas pelo país, apresentou um desempenho acima das expectativas, o que levou Haddad a sinalizar que a nova estimativa de crescimento para o ano pode superar a previsão inicial de 2,5%. “A projeção da Secretaria de Política Econômica (SPE) estava em 1,35%, e agora, com o resultado de 1,4%, vamos provavelmente reestimar o PIB para o ano, podendo superar 2,7%, 2,8%, e há instituições que já projetam um PIB superior a 3%”, afirmou o ministro durante uma entrevista no Ministério da Fazenda.
A Secretaria de Política Econômica (SPE) também indicou que a projeção oficial do governo, atualmente em 2,5%, deverá ser revisada para cima, aproximando-se do crescimento observado em 2023. Essa revisão poderá impactar diretamente as receitas previstas no Orçamento de 2025, já que um crescimento econômico mais forte tende a aumentar a arrecadação do governo.
Haddad destacou que o orçamento para 2025 foi fechado com base em um crescimento do PIB de 2,5%, mas com a evolução econômica mais robusta, poderá haver uma reprojeção das receitas. “Qualquer crescimento além disso vai se refletir no aumento de receitas, proveniente do crescimento orgânico da economia”, explicou o ministro.
Além das previsões de crescimento, a SPE enfatizou em nota técnica que o aquecimento do mercado de trabalho e as melhores condições de crédito para famílias e empresas são fatores fundamentais para sustentar o ritmo de crescimento econômico. A taxa Selic, que serve como referência para os juros no Brasil, foi reduzida de 11,75% ao ano em 2023 para 10,5% ao ano atualmente, o que tem contribuído para a melhoria das condições de crédito.
Apesar do otimismo, a SPE alertou que decisões de política monetária podem representar um risco para o cenário econômico, especialmente se impactarem negativamente o mercado de crédito. “Incertezas para esse cenário estão relacionadas, principalmente, a decisões de política monetária, que podem prejudicar a recuperação do mercado de crédito”, afirmou a SPE.
Os dados do PIB divulgados pelo IBGE mostraram que, além do crescimento de 1,4% no segundo trimestre, a economia brasileira registrou uma alta de 3,3% em comparação com o mesmo período do ano passado. O crescimento acumulado nos últimos quatro trimestres é de 2,5%, reforçando as expectativas de um desempenho econômico mais robusto em 2024.