A reserva natural da Serra do Caraça, localizada na Região Central de Minas Gerais, enfrenta um incêndio que já dura nove dias, com as chamas devastando mais de 25 km². Cerca de trinta brigadistas, junto com 28 bombeiros, estão empenhados em conter o fogo, que avança rapidamente, agravado pela seca e condições climáticas desfavoráveis.
Minas Gerais vive uma das maiores crises de incêndios florestais dos últimos treze anos, conforme apontado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). A situação é crítica em várias regiões do estado, com os bombeiros registrando impressionantes 300 focos de incêndio somente na última terça-feira.
O cenário de devastação também afeta outras áreas protegidas, como a Serra do Cipó e a Serra da Piedade, que têm sofrido sucessivamente com incêndios. O aumento significativo da incidência de fogo em reservas naturais, que abrigam ecossistemas únicos e espécies endêmicas, é preocupante e coloca em risco a biodiversidade local.
Pesquisas conduzidas pelo Inpe, em parceria com universidades federais, revelam ainda uma acentuada diminuição do volume de chuvas no cerrado mineiro nos últimos 30 anos, o que tem agravado o cenário de incêndios. Cidades como Várzea da Palma, na Região Norte de Minas, estão entre as mais afetadas pela seca, intensificando os problemas ambientais e dificultando o combate ao fogo.
A combinação de altas temperaturas, baixa umidade e a escassez de chuvas contribuem para a rápida propagação dos incêndios, tornando o trabalho das equipes de combate cada vez mais desafiador. A situação reforça a necessidade de medidas urgentes para a preservação das áreas naturais e o enfrentamento das mudanças climáticas que agravam esse tipo de desastre.