Israel e o Hamas chegaram a um acordo de última hora nesta quinta-feira (30) para estender o cessar-fogo pelo sétimo dia. Washington disse que espera que a trégua possa ser prorrogada ainda mais para libertar outros reféns e permitir que ajuda chegue a Gaza.

A trégua tem permitido a entrada de ajuda humanitária em Gaza, depois que grande parte do território costeiro, de 2,3 milhões de pessoas, foi arrasado por sete semanas de bombardeios israelenses em retaliação a um ataque mortal de militantes do Hamas em 7 de outubro.

No entanto, um ataque a tiros letal em Jerusalém foi um alerta do potencial de disseminação da violência.

Israel, que exigiu que o Hamas libertasse pelo menos dez reféns por dia para manter o cessar-fogo, informou que recebeu uma lista no último minuto daqueles que seriam libertados hoje, permitindo que cancelasse os planos de retomar os combates ao amanhecer.

“À luz dos esforços dos mediadores para continuar o processo de libertação dos reféns e sujeito aos termos da estrutura, a pausa operacional continuará”, disseram os militares israelenses em comunicado divulgado minutos antes de a trégua expirar.

O Hamas, que libertou 16 reféns nessa quarta-feira, enquanto Israel libertou 30 prisioneiros palestinos, também disse que a trégua continuaria pelo sétimo dia.

O secretário de Estado dos Estados Unidos (EUA), Antony Blinken, em sua terceira visita ao Oriente Médio desde o início da guerra, afirmou que os esforços continuam para prolongar a trégua.

“Na última semana, vimos o desenvolvimento muito positivo de reféns voltando para casa, reunidos com suas famílias. E isso deve continuar hoje”, disse ele durante reunião com o presidente israelense, Isaac Herzog.

“Isso também possibilitou o aumento na assistência humanitária para civis inocentes em Gaza que precisam desesperadamente. Portanto, o processo está produzindo resultados. É importante, e esperamos que possa continuar.”

Até o momento, os militantes libertaram 97 reféns durante a trégua: 70 mulheres e crianças israelenses, cada uma delas libertada em troca de três mulheres e adolescentes palestinos detidos, além de 27 reféns estrangeiros libertados em acordos paralelos com seus governos.

Com menos mulheres e crianças israelenses em cativeiro, a extensão da trégua pode exigir o estabelecimento de novos termos para a libertação de homens israelenses, inclusive soldados.

Mortos em ataque

Logo após o acordo, a polícia israelense informou que dois agressores palestinos abriram fogo em um ponto de ônibus durante a hora do rush matinal na entrada de Jerusalém, matando pelo menos três pessoas. Os agressores foram “neutralizados”, disse a polícia.

“Esse evento prova, mais uma vez, que não devemos demonstrar fraqueza, que devemos falar com o Hamas somente por miras (de fuzis), somente por meio da guerra”, disse o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, de extrema-direita, no local do ataque.

As condições do cessar-fogo, incluindo a interrupção das hostilidades e a entrada de ajuda humanitária, permanecem as mesmas, de acordo com um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar. O Catar tem sido um mediador importante entre os lados, juntamente com o Egito e os EUA.


Avatar

administrator