Neste sábado (22), milhares de israelenses tomaram as ruas de diversas cidades para manifestar sua insatisfação com a condução da guerra contra o Hamas pelo governo de Benjamin Netanyahu e exigir um acordo que garanta a libertação segura de todos os reféns detidos em Gaza. As manifestações ocorreram em Tel Aviv, Jerusalém, Herzliya, Cesareia, Raanana, Be’er Sheva, Kiryat Gat e Pardes Hanna-Karkur.
As famílias dos reféns em Gaza, profundamente angustiadas, se juntaram aos protestos, trazendo um rosto humano para a dor coletiva. Em Tel Aviv, as ruas se encheram de pessoas carregando bandeiras israelenses e faixas com fotos dos reféns. Megafones amplificavam as vozes de cidadãos comuns exigindo que o governo aceitasse o acordo de libertação de reféns proposto pelo Catar e pelo Egito, já aprovado pelo Hamas. “Vivos! Vivos! E não em sacos para cadáveres!” foi um dos gritos de guerra que ecoaram pela cidade, deixando claro o desespero e a urgência sentida pelos manifestantes.
Em Jerusalém, a indignação era palpável. Manifestantes insistiam que o governo de Netanyahu aceitasse o acordo de imediato. “Não há nada mais importante, todos os reféns devem retornar!” gritavam, refletindo uma prioridade nacional que transcende as divisões políticas.
Em Cesareia, os protestos assumiram um tom ainda mais crítico, com manifestantes responsabilizando diretamente Netanyahu pela prolongada crise. “Você é o líder, você é o culpado!” ressoava como um chamado à responsabilidade. A exigência por eleições antecipadas ganhou força em Pardes Hanna-Karkur, onde manifestantes cantavam “não desistiremos até que façamos deste um lugar melhor para se viver”, sublinhando a necessidade de mudança na liderança do país.
A presença de Benny Gantz, ex-membro do gabinete de guerra israelense que se demitiu do governo Netanyahu, deu ainda mais peso aos protestos. Em Carmei Gat, na cidade de Kiryat Gat, ele se uniu a membros do kibutz Nir Oz, um dos locais mais atingidos pelo ataque do Hamas em 7 de outubro, onde muitos residentes foram mortos ou sequestrados.
A frustração dos manifestantes é alimentada por um sentimento crescente de que o governo não está fazendo o suficiente para resolver a crise dos reféns. A proposta de acordo mediada pelo Catar e Egito, que já foi aceita pelo Hamas, é vista como uma oportunidade crucial que não deve ser desperdiçada. O clamor por mudanças não se limita à questão dos reféns, mas também reflete uma insatisfação mais ampla com a liderança de Netanyahu e a direção política do país.
Os protestos deste sábado foram uma demonstração clara de que a população israelense está unida em sua dor e determinação, exigindo não apenas a libertação de seus entes queridos, mas também uma reavaliação urgente da liderança do país em tempos de crise.