A Itália tentava nesta segunda-feira (28) acomodar a chegada de pessoas do Norte da África e dos Bálcãs, enquanto a Cruz Vermelha do país apelava a mais esforços internacionais contra o “caos” migratório.
Na ilha de Lampedusa, posto avançado mais ao sul da Itália, mais de 4,2 mil pessoas desembarcaram no fim de semana, disse o chefe da polícia local, Emanuele Ricifari, à Reuters.
Ele disse que apesar dos “números recordes” as autoridades estavam no controle da situação.
Em Trieste, perto da fronteira com a Eslovênia, o presidente da Câmara, Roberto Dipiazza, mostrou-se menos otimista ao queixar-se ao Corriere della Sera sobre uma “invasão de migrantes” sem precedentes.
“Tenho lidado com problemas relacionados com migrantes desde a década de 1990, vi de tudo e muito mais, mas não conseguia imaginar tal coisa. A cidade está em uma emergência”, disse.
A Itália registou mais de 107,5 mil chegadas marítimas desde o início deste ano, em comparação com cerca de 53 mil no mesmo período do ano passado.
O aumento foi parcialmente impulsionado por uma elevação no número de menores desacompanhados que fazem a perigosa viagem marítima para Itália. Mais de 12 mil jovens chegaram desde 1º de janeiro.
Em Lampedusa, os migrantes marítimos que chegam são amontoados em um chamado hotspot com capacidade oficial para algumas centenas de lugares, antes de serem transferidos para a ilha maior da Sicília.
A instalação está sempre superlotada, com agências de notícias italianas informando nesta segunda-feira que ela hospedava cerca de 3,6 mil migrantes.
A Cruz Vermelha Italiana (CRI, na sigla em italiano) assumiu a gestão das instalações no dia 1º de junho, substituindo uma cooperativa que tinha sido criticada por não prestar cuidados adequados.
A presidente da CRI, Rosario Valastro, apelou no Facebook para “uma forma diferente de acolher [migrantes] e diferentes políticas de migração”.
“Espero que não só a Itália […] mas toda a comunidade europeia e internacional seja capaz de responder de forma eficaz e não ceder ao caos”, afirmou.