Pré-candidato ao governo da Bahia e integrante da ala moderada do PT, o senador Jaques Wagner considera Sergio Moro um adversário mais fácil de ser batido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um eventual segundo turno, do que o presidente Jair Bolsonaro. De acordo com ele, o Centrão, inevitavelmente, será atraído para a base em um eventual governo do PT.

Em entrevista exclusiva para assinantes, Jaques Wagner diz que o nome do ex-governador Geraldo Alckmin como vice na chapa de Lula da Silva ainda não está pacificado dentro do partido, mas defende que o antigo adversário cumpre um requisito essencial ao posto: “ser complementar ao presidente”.

Em meio ao favoritismo indicado pelas pesquisas, o parlamentar afirma que os integrantes do PT devem “botar a sandalinha da humildade” e evitar um clima antecipado de vitória.

Críticas ao Moro serão exploradas pelo PT? Prefiro mostrar o que temos para fazer. Mas se me perguntarem: “Qual é o melhor adversário?” O melhor adversário para enfrentar o Lula no segundo turno é o Moro. Porque o Moro é a mentira que cada vez fica maior. E ele não tem um grupo de adeptos como o outro (Bolsonaro) tem.

Ele não tem esse exército de seguidores e não tem nada de político. Como eu acho que a última opção do povo por alguém que não era da política não deu muito bom resultado, eu não sei se vão optar de novo. É a velha música do cada macaco no seu galho.

Ele não entende muito disso daqui. O outro (Bolsonaro) também chegou dizendo que ia botar a banca e virou isso aí, orçamento secreto… Essa é a nova política que se instituiu pelo neófito da política.

É possível Alckmin estar na chapa e ser indicado ao Ministério da Agricultura? Acho que não se deve misturar montagem de governo com montagem de chapa. Se olhar para o histórico do Lula, o vice-presidente dele sempre teve ocupação (José Alencar foi ministro da Defesa). Mas é muito do perfil do vice. Ele (Alckmin) tem tamanho para ser (ministro). Sinceramente, acho que isso não está em discussão, porque é futurologia pura. Alckmin cumpre o que acho que o vice deve ser: complementar ao presidente.

O presidente tem um perfil, um lugar de fala, um público preferencial. Ele tem outro público, outro lugar de fala e outro público preferencial. Ele cumpre, como poderia cumprir a (empresária) Luiza Trajano, como poderia cumprir o (presidente da Fiesp) Josué Alencar, (o ex-ministro) Roberto Rodrigues ou mil outros nomes.

O nome do Alckmin já foi aceito? Não. Você já viu o PT aquietar? O PT é buliçoso. O nome do Alckmin brotou de um estado importante. É a maior economia do país, a maior população, o maior eleitorado… Lógico que passou pela eventual disputa do governo do estado (em São Paulo), tudo contou. Mas, se você perguntar se está consagrado, não está. Você com certeza vai encontrar gente do PT dizendo: “Ele (Lula) não precisa disso, tem popularidade”.

Fonte: Portal G1