A 4ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça de Minas Gerais determinou nesta sexta-feira (28) que o governador Romeu Zema ofereça transporte gratuito para a população no próximo domingo (30), durante o segundo turno das eleições.

A decisão contempla toda a região metropolitana de Belo Horizonte e vale para os ônibus intermunicipais.

A concessão de gratuidade do transporte público pelo poder público no segundo turno das eleições presidenciais nada mais é do que a consecução, na prática, da garantia de que todos os votos são iguais, vez que possibilitará a todo e qualquer indivíduo exercer plenamente a sua cidadania”, afirma a juíza Janete Gomes Moreira em sua decisão.

A magistrada ainda ordena que a oferta do transporte público seja mantida em níveis normais durante o pleito.

A decisão não se estende a liberação do passe livre no metrô. A juíza afirma que não analisou o pedido sobre o transporte sobre trilhos porque quem administra as linhas é a CBTU (Companhia Brasileira de Trens Uranos), empresa vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional, “não sendo esta, logicamente, um ente público estadual passível de atrair a competência deste juízo”.

A advogada Letícia Lacerda de Castro afirma que vai recorrer agora à Justiça Federal para que metrô e trens também tenham catraca livre.

O prefeito da capital mineira, Fuad Noman (PSD), que apoia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já tinha decretado a gratuidade no sistema de ônibus municipal na data.

Já a gestão do governador Zema, que defende o voto em Jair Bolsonaro (PL), se negava a conceder o passe livre nos ônibus intermunicipais na região metropolitana.

De todos os estados que gerenciam transporte público como metrô, trem e ônibus intermunicipal, apenas Minas Gerais e Rio de Janeiro, comandados por governadores que apoiam Bolsonaro, e Sergipe, cujo governador apoia Lula, mas faz oposição ao PT no estado, tinham decidido seguir cobrando pelas passagens no dia da eleição.

Todos os outros estados e capitais já tinham liberado a gratuidade.

A alta abstenção entre eleitores de baixa renda é considerada boa para Bolsonaro, já que Lula tem ampla vantagem de votos entre eles.

Em nota, o governo estadual dizia que “parte da frota é utilizada no transporte das urnas até os locais de votação, em conjunto com a Polícia Militar”.

Nesta semana, ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) aprovaram uma resolução que veta o corte de transporte público no segundo turno e permite que gestores ofereçam novas linhas ou passe livre no dia de votação sem que fiquem sujeitos a acusações de crime eleitoral ou improbidade.

A resolução da corte eleitoral acompanha decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de autorizar administrações municipais e concessionárias a fornecerem o transporte gratuitamente durante o pleito.


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