Um movimento amplo pela inauguração de unidade do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG) na região do Barreiro, em Belo Horizonte, marcou audiência pública da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quarta-feira (10/4/24).

O governo federal anunciou, em março deste ano, investimentos para a implantação de 100 novos campi de institutos federais no Brasil, sendo oito em Minas e um na Capital.

A partir disso, a localização da unidade de Belo Horizonte começou a ser discutida. A proposta inicial era que fosse instalado no antigo edifício da BHTrans, no Bairro Buritis, onde já fica a reitoria do instituto. No entanto, a escolha desse local foi criticada por ser considerado um bairro majoritariamente elitizado.

Para o representante do Movimento Instituto Federal do Barreiro, Wellington Bessa, implantar o IFMG no Barreiro é uma questão de justiça.

Em sua opinião, embora a região seja populosa, com mais de 300 mil pessoas e 54 bairros, grande número de empreendedores e comerciantes não conta com políticas públicas adequadas. Como disse, a questão educacional é um gargalo na região.

Também para Fernando José Santana Carmo, professor da Escola Estadual Professor Cláudio Brandão, no Barreiro, a região é negligenciada em diversas políticas públicas. Prova disso, como falou, é a falta de vagas na educação. “Por isso, nenhuma região merece mais receber esse instituto do que o Barreiro”, afirmou.

Estudante da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e conselheiro do Conselho Municipal de Juventude, Vinicius Venades Monteiro fez coro às falas anteriores. Ele falou da importância do instituto para a região, pois a unidade vai oferecer formação estudantil e profissional para os jovens numa região cuja população é essencialmente trabalhadora.

O técnico agrícola Glenio Martins de Lima Mariano, que teve parte de sua formação em um instituto, também defendeu o IFMG no Barreiro. Ele criticou a possibilidade de instalá-lo no Buritis.

“Se isso for motivado pela doação de um prédio público, a pauta fica muito reduzida. Por essa perspectiva, nós do Barreiro, que já somos carentes de equipamentos públicos, vamos ficar no fim da fila para sempre”, disse Glenio Martins de Lima Mariano. Técnico agrícola.

Parlamentares defendem instalação do instituto no Barreiro

Deputados estaduais e federais, além de vereadores da Capital, manifestaram apoio à ideia de implantar a unidade no Barreiro, independentemente do local a ser definido. Até o momento, dois possíveis lugares têm sido citados: a Escola Municipal Polo de Educação Integrada (EMPoint) e um antigo prédio da Cemig.

O deputado Betão (PT), autor do requerimento para a audiência, enfatizou a demanda histórica do Barreiro por melhorias na educação e como a implantação do instituto faria frente a isso. Concordaram com ele as deputadas Bella Gonçalves (Psol) e Ana Paula Siqueira (Rede), bem como o deputado Celinho Sintrocel (PCdoB).

Já a deputada Beatriz Cerqueira (PT), presidente da comissão, celebrou a implantação do IFMG em Belo Horizonte. “Se fosse antes, estaríamos lutando para não fechar algum espaço educacional. Mas, hoje, estamos discutindo onde será instalado o instituto. Então a pauta é muito positiva”, afirmou.

Salientaram a ampliação de investimentos na educação em curso pelo atual governo federal os deputados federais Reginaldo Lopes e Rogério Correia, ambos do PT-MG. Eles ainda defenderam a implantação da unidade no Barreiro.

Para o vereador de Belo Horizonte Professor Juliano Lopes (Pode), é essencial que o IFMG seja instalado no Barreiro. “O Barreiro é periferia da Capital. Ele necessita muito mais desse instituto do que o Buritis”, defendeu.

Em sua opinião, a iniciativa movimentaria o local e traria melhorias em outras áreas também. “O transporte na região é péssimo, o metrô ainda não chegou lá”, acrescentou.

Também vereador da Capital, Bruno Pedralva (PT) salientou que a instalação no Barreiro faz justiça para a região. “É uma das regionais mais populosas e não há nenhuma universidade pública e nem curso técnico. Além disso, a população sofre muito para se deslocar para estudar”, disse.


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