O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), para uma reunião na residência oficial do Palácio da Alvorada ainda neste domingo (7). O principal assunto será a turbulência política na Petrobras, de acordo com interlocutores do presidente.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, tem balançado no cargo nas últimas semanas. Desde o início do governo, Prates tem atritos com o ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, pasta que tem influência sobre a estatal. Rui Costa, da Casa Civil, também não concorda com posições de Prates à frente da empresa.

O estopim foi em março, quando o governo determinou que seus representantes no conselho da Petrobras votassem contra o pagamento de dividendos extraordinários. Prates se absteve, gerando mal-estar no Palácio do Planalto.

O tema dos dividendos criou grande desgaste para a estatal.

A posição do presidente da Petrobras passou a desagradar não só os ministros Costa e Silveira, mas também o próprio presidente Lula.

Quando o governo pretendia represar os dividendos, a intenção era dar uma aparência de caixa mais robusto à empresa. Isso era considerado estratégico para uma boa imagem para tomar financiamentos no mercado. Quanto mais caixa, em tese, mais capacidade de pagar financiamentos. E o governo quer dar à Petrobras uma ação massiva de investimento, o que requer captação de capital no mercado.

Mesmo decidindo pagar os dividendos, a intenção de investimentos pesados permanece. Lula tem repetido nos últimos dias que a Petrobras não é uma empresa só para o lucro dos acionistas, mas também para servir a toda população brasileira.

O presidente gostaria que Prates tivesse capitaneado ações mais agressivas de investimento em seu mandato à frente da estatal, o que, na visão do Planalto, não ocorreu.


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