Três semanas após a demissão de Silvio Almeida, envolvido em denúncias de assédio sexual, Macaé Evaristo (PT) assumiu oficialmente o cargo de ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania. A cerimônia de posse ocorreu nesta sexta-feira (27) no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas sem pronunciamento oficial do presidente.

A posse de Macaé Evaristo contou com a presença de importantes figuras do governo, incluindo as ministras Anielle Franco (Igualdade Racial), Nísia Trindade (Saúde), Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos) e Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), além da primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, conhecida como Janja. Entre os convidados ilustres estava também a escritora Conceição Evaristo, prima da nova ministra.

No cargo, Evaristo sucede Silvio Almeida, cuja demissão, em 6 de setembro, foi marcada pela maior crise enfrentada pelo governo Lula até então. Desde que foi anunciada para a pasta, em 9 de setembro, Macaé aguardava sua posse oficial.

Em seu discurso, a nova ministra destacou o papel fundamental do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania no fortalecimento da diversidade e na garantia de uma vida digna para todos os brasileiros. Ela expressou sua visão de uma sociedade mais justa e alegre, onde a alegria, como potência da vida, substitua o sofrimento e a opressão.

“A vocação do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania é cuidar da diversidade do nosso país, contribuindo para a vida digna de cada brasileiro e brasileira”, declarou Evaristo. Ela ressaltou que sua maior credencial para assumir o cargo é ser uma “pessoa comum“, além de ser uma mulher preta, professora e assistente social, oriunda do interior de Minas Gerais.

Macaé também reconheceu o desafio de liderar a pasta, mencionando o estigma em torno dos direitos humanos no Brasil: “Infelizmente, muita gente pensa que direitos humanos são para quem defende bandido. Precisamos entender a tensão entre a afirmação e a negação dos direitos humanos.”

O evento reforçou o apoio das ministras do governo Lula e de figuras importantes do cenário social e cultural, como Anielle Franco, que também foi uma das mulheres supostamente assediadas por Silvio Almeida. A posse de Macaé Evaristo representa não apenas um novo capítulo no Ministério dos Direitos Humanos, mas também um passo em direção à superação das recentes crises que abalaram o governo.


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