O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou as articulações para uma reforma ministerial, que deve ser anunciada nas próximas semanas. A reorganização busca fortalecer sua base de apoio no Congresso e pavimentar alianças políticas visando a reeleição em 2026. As mudanças no primeiro escalão têm como objetivo substituir ministros com desempenho considerado insatisfatório e atender demandas de aliados.
Fontes próximas a Lula afirmam que as alterações serão estratégicas, mas ministros próximos, como Rui Costa (Casa Civil) e Fernando Haddad (Fazenda), devem permanecer intocados. Além disso, o presidente também busca consolidar alianças com partidos-chave, como o MDB e o PSD, e lidar com a transição de lideranças na Câmara e no Senado com o fim dos mandatos de Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
No MDB, os ministros Renan Filho (Transportes), Jader Filho (Cidades) e Simone Tebet (Planejamento) fortalecem o alinhamento com o governo. Já no PSD, há insatisfação com a pasta da Pesca, ocupada por André de Paula. A legenda deseja um ministério mais relevante, como o Turismo, devido ao impacto econômico em Estados estratégicos, como Paraná, Rio de Janeiro e Bahia.
Outro foco de atenção é o Ministério de Minas e Energia, liderado por Alexandre Silveira (PSD-MG). Apesar de pressões internas pela sua substituição, Silveira tem o apoio da bancada do PSD na Câmara e uma relação próxima com Lula, Janja e Rui Costa, o que pode garantir sua permanência como uma escolha pessoal do presidente, desvinculada de quotas partidárias.
Para atender as demandas políticas, especula-se a redistribuição de ministérios. O PCdoB, que ocupa a pasta de Ciência e Tecnologia, pode ser transferido para a Pesca, liberando a área para uma negociação com partidos do Centrão.
A reforma ministerial também envolve conversas com lideranças da oposição, como Hugo Motta (Republicanos) e Ricardo Barros (PP). A movimentação visa consolidar apoios no Congresso para os próximos dois anos de governo e viabilizar projetos estratégicos para o Planalto.
Além disso, o PSD vê no Ministério do Turismo uma oportunidade de ampliar sua atuação nacional. A troca com o União Brasil, que atualmente comanda a pasta, seria delicada, pois exigiria contrapartidas políticas significativas.
Essas mudanças integram uma estratégia ampla de Lula para reorganizar sua base, assegurar governabilidade e preparar terreno para um possível segundo mandato.
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado